Há duas gares marítimas em Lisboa que estão entre os 25 lugares do mundo a preservar, segundo a World Monuments Fund (WMF). Trata-se das Gares Marítimas de Alcântara e Rocha do Conde d’Óbidos que agora procuram financiamento para a recuperação da sua estrutura arquitetónica e restauração dos painéis de Almada Negreiros que nelas habitam.
Projetados pelo arquiteto modernista Pardal Monteiro (1897-1957), estes dois edifícios foram construídos nos anos 40 do século XX e classificados como monumentos de interesse público em 2012. E, agora, integram a lista da WMF dos lugares do mundo que requerem preservação urgente, já que enfrentam três ameaças iminentes: “a preservação da herança cultural face aos desafios colocados pelas alterações climáticas, o desequilíbrio turístico e a história sub-representada”, escreve o Público.
Agora, estas duas gares marítimas portuguesas - escolhidas entre mais de 225 candidaturas analisadas pelo Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS) e por um painel independente de especialistas – preparam-se para enfrentar um processo de requalificação. Mas antes para isso é necessário procurar antes fontes de financiamento nacionais e internacionais.
"O World Monuments Fund visa apoiar a Administração do Porto de Lisboa na conservação dos murais e na reabilitação das estruturas subutilizadas que serviram [e servem] de porta de entrada marítima para Lisboa. A revitalização desta parte do porto ajudará a garantir que este património pouco reconhecido e as importantes narrativas que lhe estão associadas continuem a contar a história do passado de Portugal e a inspirar o futuro", dizem desde a WMF.
Além disso, o WMF vai trabalhar com o Porto de Lisboa na estratégia de gestão cultural das gares marítimas em colaboração com outros equipamentos culturais da zona, como o Museu do Oriente ou o Museu de Arte Antiga, refere o mesmo jornal.
É de dois em dois anos que a lista dos monumentos em risco é divulgada pela WMF, uma organização não-governamental internacional que se dedica à preservação de lugares com valor histórico e cultural. Em Portugal, já financiou – ainda que de forma parcial – intervenções no Mosteiro dos Jerónimos, a estátua equestre de D. José I ou o Jardim Botânico de Lisboa.
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