São mais de 65 hectares que estavam na posse do Estado e que vão regressar às mãos dos anteriores proprietários.
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Herdade dos Machados regressa às mãos de antigos proprietários
Herdade dos Machados - Casa Agricola Santos Jorge

São mais de 65 hectares que estavam na posse do Estado e que vão regressar às mãos dos anteriores proprietários. Em causa estão lotes “que fazem parte integrante do prédio rústico denominado ‘Herdade dos Machados’, no concelho de Moura”, lê-se na Portaria n.º 150/2022, publicada esta terça-feira (17 de maio de 2022) em Diário da República. Lotes esses que tinham sido nacionalizados em dezembro de 1975, após o 25 de abril de 1974. 

Em causa estão os lotes “número 59-O ou 59-OL, n.º 19-F, n.º 53-O, n.º 19-P e n.º 18-F”, segundo se lê na Portaria n.º 150/2022. Serão os herdeiros que receberão a área que pertencia a Ermelinda Neves Bernardino Santos Jorge, neta do fundador da herdade criada no século XIX e um dos símbolos da reforma agrária.

Segundo se lê no documento, fez-se “prova de que o Estado Português arrendou a Ideme Fialho Coelho os lotes n.os 59-O ou 59-OL, com a área de 9,2623 ha, e n.º 19-F, com a área de 3,0000 ha, e a Fernando Francisco Patrício Grosso, os lotes n.º 53-O, com a área de 10,4073 ha, n.º 19-P, com a área de 40,1100 ha, e n.º 18-F, com a área de 3,1750 ha.”

Uma herdade que era "uma pequena aldeia"

Num artigo publicado em julho de 2017, intitulado “Herdade dos Machados era ‘uma pequena aldeia’ quando foi ocupada em 1975”, a Lusa escreveu que nos tempos "conturbados" da Reforma Agrária, após a Revolução de 25 de Abril de 1974, a herdade era uma das maiores explorações agrícolas em Portugal. E por isso foi ocupada por trabalhadores agrícolas a 19 de abril de 1975, disse citado no artigo Jorge Tavares da Costa, diretor-geral da casa agrícola membro da família Santos Jorge, dona original da herdade.

Na altura, a herdade era "uma pequena aldeia", onde a Casa Agrícola Santos Jorge criava 8.000 cabeças de gado e tinha o maior olival da Península Ibérica, com 1.500 hectares, um lagar, uma adega, armazéns de cereais, um posto médico e uma escola gratuita para os filhos dos trabalhadores, lia-se no artigo.

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