Estudos dos últimos anos avaliaram o “poder positivo” e o “poder restaurador” das memórias.
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“Deixar o passado lá atrás”. A frase é conhecida, e muitas vezes usada para falar sobre a importância de não ficar agarrado a acontecimentos do passado que provocaram más sensações ou sentimentos negativos. Contudo, “lá atrás”, também há memórias boas e positivas. Vários estudos indicam que, com moderação, a nostalgia pode ajudar-nos a superar problemas atuais e desafios do dia a dia, seja em casa, no trabalho ou relações pessoais. Está tudo na forma como usamos o passado (e o tempo) a nosso favor.

“A nostalgia é uma emoção de primeiros socorros, muito útil para ter na caixa de ferramentas emocionais no caso de se sentir só ou estar mal-humorado”, refere Ad Vingerhoets, psicólogo clínico da Universidade de Tilburg, nos Países Baixos, citado pelo The Washington Post.

Nos últimos anos, mais de uma dúzia de estudos analisaram o poder predominantemente “positivo” e “restaurador” da nostalgia, definindo-a como um “tampão” contra a instabilidade emocional e um “importante recurso para manter e promover a saúde psicológica”. A nostalgia é definida pelo dicionário Merriam-Webster como “uma saudade sábia ou sentimental de regresso a algum período passado ou condição irrecuperável”, mas os especialistas defendem que os benefícios são mais profundos do que isso, escreve a publicação norte-americana.

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Como usar a nostalgia a nosso favor

Segundo Erica Hepper, professora de psicologia da Universidade de Surrey, em Inglaterra, a nostalgia pode ser um recurso poderoso, tanto para lidar com tempos difíceis, como para nos impulsionar positivamente para o futuro. Se utilizada para o bem, a nostalgia pode promover empatia e resiliência psicológica, estimular a criatividade, conter a solidão.

Esta poderosa emoção também demonstrou ajudar a reduzir a dor física, ao libertar endorfinas. “Recordar uma experiência agradável do nosso passado desencadeia as mesmas emoções positivas que sentimos quando realmente vivemos a experiência, proporcionando-nos um prazer nostálgico do passado para saborearmos no presente”, explica Hal McDonald, professor de inglês na Universidade de Mars Hill, na Carolina do Norte, também citado pelo jornal.

Segundo os investigadores, equilibrar pensamentos do futuro enquanto ainda olhamos, de vez em quando, para o passado é a melhor forma de colher todos os benefícios desta poderosa emoção.

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