Objetivo é garantir maior acesso ao crédito para ajudar construtoras endividadas a concluir projetos inacabados.
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China
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Lusa
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Os reguladores chineses anunciaram que vão prolongar, pelo menos até ao final de 2024, a vigência de um pacote de medidas, lançado no final do ano passado, para apoiar o setor imobiliário, envolto numa crise de liquidez. Em comunicado, o Banco Popular da China (banco central) e a Administração Nacional de Regulação Financeira asseguraram que as referidas medidas “desempenharam um papel positivo” no financiamento “razoável e moderado” das construtoras.

Em novembro de 2022, os reguladores anunciaram um pacote de 16 medidas destinadas a garantir um “desenvolvimento estável e saudável” do setor imobiliário, incluindo a prorrogação por um ano dos vencimentos de algumas das dívidas das construtoras.

A par destas medidas, o banco central e a Administração Nacional de Regulação Financeira especificaram que a prorrogação por um ano dos prazos de pagamento dos empréstimos não implica prejuízo para o ‘rating’ das empresas junto dos bancos estatais chineses.

O anúncio foi recebido positivamente entre os investidores, uma vez que o subíndice que mede a evolução das empresas imobiliárias na Bolsa de Valores de Hong Kong valorizou esta terça-feira, 11 de julho de 2023, 1,27% por volta das 13h00 locais (06h00, em Lisboa).

Imobiliário na China atravessa crise de liquidez

A situação financeira de muitas imobiliárias chinesas piorou depois de, em agosto de 2020, Pequim ter anunciado restrições no acesso a financiamento bancário para construtoras altamente endividadas, incluindo o grupo Evergrande, que tem um passivo superior a 275 mil milhões de dólares (250 mil milhões de euros).

As medidas de apoio, anunciadas em novembro passado, visam garantir maior acesso ao crédito para ajudar os construtores mais endividados a concluir projetos inacabados.

Devido à falta de liquidez, alguns grupos suspenderam os trabalhos de construção de milhares de condomínios em todo o país. Em protesto, um número crescente de proprietários que adquiriu os imóveis em regime pré-venda recusou pagar as prestações mensais, ameaçando agravar a crise.

O país asiático registou um 'boom' no setor imobiliário, desde a liberalização do mercado, em 1998, num país onde a aquisição de propriedade é um pré-requisito para casar e o principal veículo de investimento das classes abastadas.

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