Construção nova caiu quase 40%, no contexto da crise de liquidez que afeta o setor na China há mais de dois anos.
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Pequim
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Lusa
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Os preços da habitação nova na China puseram fim, em janeiro passado, a 16 meses consecutivos de quedas, segundo dados oficiais divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) do país asiático.

O indicador que acompanha a evolução dos preços nas 70 maiores cidades da China praticamente não registou oscilações, fixando-se nos 6.999,7 pontos em janeiro, face a 7.000 pontos no mês anterior. Em dezembro, os preços caíram 0,25% em relação a novembro. Destas 70 cidades, 36 registaram um aumento mensal nos preços das novas construções residenciais - mais do dobro do registado em dezembro (15), observou a agência noticiosa oficial Xinhua.

A construção nova caiu quase 40%, no contexto da crise de liquidez que afeta o setor na China há mais de dois anos. A situação financeira de muitas imobiliárias chinesas deteriorou-se depois de, em agosto de 2020, Pequim ter imposto restrições no acesso ao financiamento bancário, visando reduzir os níveis de alavancagem das empresas, entre as quais se destacou o grupo Evergrande, com um passivo superior a 300.000 milhões de dólares.

Nos últimos meses, o Governo mudou de rumo e anunciou várias medidas de apoio, inclusive a abertura de linhas de crédito, cujo objetivo prioritário é finalizar empreendimentos cujas obras ficaram por completar. A falta de liquidez no setor fez com que várias obras em todo o país fossem obrigadas a parar, o que resultou, no verão passado, num “boicote às hipotecas”, que se estendeu a mais de uma centena de cidades, com os compradores de apartamentos inacabados a deixarem de pagar a prestação mensal aos bancos.

“As vendas começaram este ano tão deprimidas que é provável que haja uma recuperação cíclica de curta duração”, disse Mark Williams, economista-chefe para a Ásia da consultora Capital Economics, num relatório, ressalvando que a perspetiva negativa de longo prazo para a procura imobiliária “não se alterou”.

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