‘Porto Market Update’ da Cushman & Wakefield destaca resiliência do setor apesar da escassa oferta.
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Grande Porto
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O mercado imobiliário na região do Grande Porto registou novos valores recorde em vários segmentos, com destaque para o setor residencial (venda/arrendamento de imóveis) e setor do retalho, segundo o mais recente ‘Porto Market Update’ da Cushman & Wakefield. Estudo destaca a resiliência do setor, que se “mantém condicionado pela escassez de oferta na região”.

As perspetivas da consultora apontam para um acelerar da atividade imobiliária na região, em linha com recuperação económica esperada durante 2024 e 2025.

“À semelhança da tendência verificada a nível nacional, assim como em todos os mercados europeus, o investimento imobiliário institucional na Área Metropolitana do Porto registou quebras homólogas em 2023 e início de 2024", explica Andreia Almeida, Associate Director, Head of Research & Insight da consultora.

"Apesar disso, numa geografia em que acresce a maior escassez de oferta de ativos para este tipo de investimento, a quebra homóloga de 17% nos últimos 16 meses demonstra uma maior resiliência da região comparativamente com o mercado a nível nacional, que registou neste período uma contração de 36%”, acrescenta.

Análise por segmentos de mercado

  • Escritórios

Nos primeiros quatro meses de 2024, no segmento de escritórios, o Porto registou uma tendência de recuperação, com a absorção a atingir os 21.280 metros quadrados (m2) - um crescimento homólogo de 82%. A maior transação até ao momento corresponde ao arrendamento da totalidade (3.950 m2) do Matosinhos Office Centre a uma empresa de consultoria.

  • Retalho

Apesar da procura de retalho evidenciar uma “evolução díspar” entre 2023 e os primeiros quatro meses de 2024, em termos agregados registaram-se 235 novas aberturas, 22% acima do período homólogo. A consultora antecipa que as recentes aberturas nos projetos Arco Retail Park e Time Out Market Porto venham a contribuir para inverter a quebra registada em 2024 já durante a primeira metade do ano. Durante o período em análise o comércio de rua manteve a primazia, contabilizando 71% das aberturas, das quais um quinto na zona da Baixa; seguindo-se os centros comerciais com 14%.

“Por influência do aumento da procura e escassez de oferta, as rendas prime de retalho têm vindo a ser corrigidas em alta em todos os segmentos desde 2023”, destaca a Cushman.

  • Industrial & Logística

Após um máximo histórico em 2021, a atividade ocupacional do mercado de industrial & logística no Grande Porto estabilizou nos dois últimos anos, tendo em 2023 sido transacionados 113.500 m2, 1% acima do ano anterior. Contudo, o primeiro trimestre de 2024 evidenciou um “expressivo aumento do volume de absorção”, nomeadamente de 79% em termos homólogos, para os 58.500 m2.

logística
Foto de Marcin Jozwiak no Unsplash
  • Hotelaria

“A cidade do Porto conta atualmente com mais de 170 estabelecimentos hoteleiros, num total de 10.800 quartos. Face ao maior investimento em projetos de categoria superior ao longo dos últimos anos, perto de metade das unidades de alojamento encontra-se em projetos de 4 estrelas, seguindo-se os 5 estrelas com 24%”, indica o estudo.

Desde 2023 a cidade conta com 20 novas unidades hoteleiras, num total de 1.200 quartos, com as categorias de 4 e 5 estrelas a manterem o domínio, nomeadamente com 37% e 33%. A oferta futura estimada para os próximos três anos totaliza 6 hotéis num total de 500 quartos.

  • Residencial

Venda

Comparativamente com o mesmo período do ano anterior, o preço médio pedido subiu 20%, segundo a consultora. "Quanto à procura, houve uma nova queda acentuada de 18% no número de fogos vendidos, contraposta por um aumento nos valores transacionais, que aumentaram 15% para 3.240 euros por m2. Todas as zonas registaram incrementos homólogos, com a zona da Foz a retomar a liderança, com um novo máximo histórico de 4.060 euros/m2".

Grande Porto
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Arrendamento

A escassez de oferta manteve-se nos últimos 12 meses, com um consequente aumento dos valores médios pedidos para os 17 euros por m2 por mês. Ainda assim, o número de apartamentos arrendados no período analisado aumentou (+12%), embora associados a uma renda média contratada que se manteve num máximo histórico de 13,3 euros por m2.

  • Investimento

”Durante o período analisado, foram transacionados, no Grande Porto 226 milhões em imobiliário comercial, dos quais 38 milhões entre janeiro e abril de 2024. À semelhança da tendência verificada em Portugal, o mercado contou com um peso dos investidores internacionais de 66% do volume transacionado”, acrescenta o documento.

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