O simplex dos licenciamentos urbanísticos entrou em vigor no início de 2024 prometendo agilizar a obtenção de licenças em novos projetos de habitação. Mas o objetivo não foi, para já, conseguido. Isto porque, segundo os dados da AICCOPN relativos ao primeiro trimestre de 2024, houve uma redução homóloga de 14,5% das licenças para obras de edifícios residenciais e ainda uma queda de 23,1% no número de fogos licenciados em construções novas.
A Síntese Estatística da Habitação da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), divulgada esta segunda-feira (dia 3 de junho), revela que houve um “expressivo decréscimo” de 23,1% no número de casas licenciadas em construções novas em março de 2024 em comparação com o período homólogo, passando de 9.033 fogos no primeiro trimestre de 2023 para 6.942 casas novas no trimestre em análise.
Além disso, também se observou uma redução homóloga de 14,5% no total de licenças emitidas para obras de construção nova ou de reabilitação de edifícios residenciais, explicam em comunicado enviado às redações.
O que é bem visível nos dados disponibilizados pela AICCOPN é que tanto o número de casas novas como o número de obras residenciais licenciadas estiveram sempre a descer desde janeiro, depois de o simplex ter entrado em vigor. A complexidade do diploma, aliado a falta de trabalhadores nas autarquias tem-se revelado uma dificuldade em implementar as novas regras de licenciamento urbanístico, o que pode ajudar a explicar estes números.
Também na Grande Lisboa observou-se um recuo de 11% no número de casas licenciadas em construções novas nos 12 meses terminados em março, para 3.748, face aos 4.209 alojamentos licenciados nos 12 meses anteriores. Destes, 8% eram de tipologia T0 ou T1, 34% de tipologia T2, 40% de tipologia T3 e 18% de tipologia T4 ou superior.
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