
Lisboa é o 8º destino mais atrativo para investir em residências de estudantes na Europa, diz um estudo internacional da JLL. Ranking é liderado por Londres, Paris e Barcelona.
“A capital portuguesa é identificada como um dos ‘newcomers’, cidades emergentes que conjugam um forte crescimento da população estudantil com um custo de vida acessível, além de evidenciar o esforço realizado nos últimos anos para internacionalizar o ensino”, revela um comunicado enviado às redações.
De acordo com este relatório, o número de estudantes em Portugal cresceu 83% entre os anos letivos de 2016/2017 e 2022/2023, e especificamente entre o segmento de alunos internacionais, a taxa de crescimento foi de 100%. De tal forma que “Lisboa é a 10ª cidade com maior número de estudantes, contabilizando uma população universitária da ordem dos 170.000 alunos”.
No entanto, é também uma das cidades onde a escassez de oferta é mais acentuada, sendo a 4ª com maior carência de stock face à procura existente. “A taxa de provisão existente em Lisboa é atualmente uma das mais baixas da Europa, com o stock atual a dar resposta a menos de 4% da procura ativa”, lê-se no documento.

Lisboa posiciona-se, por isso, entre as cidades com maior potencial de crescimento no investimento neste segmento de mercado, esperando-se que duplique o atual stock em cinco anos que, apesar disso, deverá continuar abaixo das necessidades.
“Lisboa tem, de facto, uma procura elevada e crescente para as residências universitárias, quer por estudantes estrangeiros quer de mobilidade nacional. Atualmente a população internacional representa 16% da comunidade de estudantes universitários em Portugal, quando em 2010 a sua quota era de 6%”, destaca Joana Fonseca, Head of Strategic Consultancy & Research da JLL, sublinhando, porém, o “problema de falta estrutural de oferta”.
Portugal tem potencial de investimento “enorme”
André Vaz, Head of Living & Alternative Investment da JLL, explica esta é “uma das classes de ativos com maior dinâmica na Europa, essencialmente devido às yields mais atrativas face a outro tipo de activos e porque operacionalmente corre muito bem”. Em Portugal, o potencial de investimento neste setor é “enorme”, garante, uma vez que “partimos de um stock extremamente baixo face ao universo de procura que efetivamente existe”.
Segundo o responsável, existem bastantes desafios para o desenvolvimento deste tipo de produto. “Por um lado, as questões de licenciamento, com processos muito demorados e o facto de não existir uma licença específica. Por outro lado, as questões de localização e equação custo/retorno, que é comum a todos os mercados e que é também um tema relevante em Lisboa”, indica.

“A maioria dos polos universitários da capital situam-se em zonas prime, onde há falta de terrenos ou o custo de aquisição dos mesmos é muito elevado. Com os custos de construção atuais, comprar terrenos para residências implicaria um valor máximo de aquisição do solo na ordem dos 600-700 euros, o que é uma tarefa difícil junto a estes hubs e que implicaria investir em áreas de influência mais alargadas. Isso é um desafio para os investidores e operadores. que pretendem entrar no mercado com produtos em zonas core”, acrescenta.
“Há uma dupla circunstância que coloca Lisboa entre os destinos de investimento mais atrativos, nomeadamente ter um dos maiores índices de crescimento do número de estudantes e, simultaneamente, um dos menores stocks, com capacidade para satisfazer apenas 4% da procura”, conclui.
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