No final dos primeiros seis meses de 2024, o mercado de investimento em imobiliário comercial registou uma descida homóloga de 10%, cifrando-se o volume total de investimento neste período nos 690 milhões de euros. Ainda assim, o mercado começa a dar sinais de recuperação com um 2º trimestre "ligeiramente mais forte face ao arranque do ano", segundo a mais recente análise da Savills. Consultora diz que “confiança dos investidores será fortalecida”.
O 2º trimestre contribuiu com um volume de investimento mais elevado (430 milhões de euros), de acordo com o “Real Estate Market Overview”. Para a segunda metade do ano, as perspetivas apontam ser mais animadoras, com as expectativas de conclusão de alguns processos já em curso, indica a Savills.
O setor de hospitality atraiu 36% do volume total de transações, seguido do setor de retail com 20%. Escritórios, Alternativos (PBSA) e Industrial & Logística dividem entre si de forma mais ou menos igualitária o restante volume de investimento.
Investimento internacional continua a liderar
O investimento internacional pesou 83% no volume de investimento total, com os investidores alemães, franceses e americanos a contarem para a maior fatia de investimento. As yields prime estiveram em terreno estável nos primeiros 6 meses de 2024.
"As descidas antecipadas nas taxas de juros devem trazer uma mudança na atividade de investimento. Embora os efeitos possam não ser imediatos e o volume de investimento deva ficar abaixo dos 2 mil milhões de euros em 2024, a confiança dos investidores será fortalecida", lê-se no relatório.
No entanto, diz a consultora, "há que ter em consideração que persistem ainda alguns desafios relacionados com a inflação persistente e as tensões geopolíticas que podem neutralizar o efeito dos cortes nas taxas de juros". "A atenção dos investidores permanecerá focada em setores que demonstrem fundamentos de mercado fortes, que não estão ligados à volatilidade económica e são altamente resilientes", salienta.
"Apesar da quebra registada no primeiro semestre no mercado de investimento imobiliário comercial em Portugal, o segundo trimestre mostrou já alguns sinais positivos com um aumento de 65% em relação ao trimestre anterior. A estabilização das prime yields e a possível redução das taxas de juros deixam-nos otimistas para a segunda metade do ano, embora desafios como a inflação e as tensões geopolíticas continuem a ser fatores a considerar", conclui Paulo Silva, Head of Country da Savills.
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