Uma curiosa casa feita de madeira e cortiça: assim é a Cross Cabin

Nos últimos anos, o design das cabanas evoluiu para abordagens mais sustentáveis e ecológicas. Uma tendência é a utilização de materiais naturais como a madeira laminada cruzada (CLT) e os revestimentos de cortiça, que não só oferecem benefícios estéticos, como também contribuem para a eficiência energética e o bem-estar dos ocupantes.

Estas cabanas não só procuram integrar-se harmoniosamente no ambiente natural, como também minimizam o seu impacto ambiental. A escolha de materiais como a madeira e a cortiça refletem um compromisso com a sustentabilidade, ao mesmo tempo que promovem um ambiente interior acolhedor e saudável. Um exemplo notável desta tendência é a Cross Cabin, um projeto da Moontower Design Build em Austin, que incorpora estes princípios no seu design.

Daniel Cavazos e Casey Woods

Cross Cabin, uma cabana 'vegetal' no Texas

O estúdio Moontower Design Build, com sede no Texas, projetou uma cabana única em Austin que incorpora a filosofia de construção sustentável e design biofílico. 

Conhecida como Cross Cabin, esta casa de 93 m2 está num terreno inclinado de 743 m2, oferecendo vistas deslumbrantes do horizonte através das copas das árvores. 

A cabine reflete o compromisso do estúdio em utilizar materiais naturais e de baixo impacto, em linha com o Compromisso de Arquitetura e Materiais de Design da AIA.

Daniel Cavazos e Casey Woods

Inspirado no livro Food Rules, de Michael Pollan, que promove uma dieta baseada em alimentos reais e principalmente em plantas, o estúdio adotou uma abordagem semelhante na seleção de materiais para a cabana. 

Foi dada prioridade aos materiais naturais, minimamente processados ​​e à base de plantas, que não só respeitam o ambiente, como também melhoram a experiência sensorial do espaço.

Daniel Cavazos e Casey Woods

A estrutura da cabana é feita em madeira laminada cruzada, um material que alia resistência e sustentabilidade. A fachada é revestida a cortiça, um material isolante e renovável que se integra visualmente no ambiente natural. 

Ao observar a cabana à distância, a fachada parece fundir-se com a casca das árvores circundantes, graças às tonalidades flutuantes da cortiça, que vão do prateado ao âmbar, castanho e preto. Com o tempo, estes tons irão desaparecer naturalmente, acentuando ainda mais a ligação do habitáculo com o ambiente.

Daniel Cavazos e Casey Woods

Interiores naturalistas

O design da Cross Cabin inclui também um telhado de inclinação única que se estende para sombrear as janelas salientes, criando recantos acolhedores e uma varanda espaçosa. 

No interior, o habitáculo segue a mesma linha de design naturalista, com uma paleta de materiais que inclui madeira laminada cruzada, madeira maciça serrada, contraplacado e piso tratado termicamente. Estes materiais interiores foram maioritariamente deixados em bruto ou protegidos com óleo de linhaça, preservando o seu caráter natural.

A utilização de cortiça nos interiores, aliada a um papel laminado reciclado denominado Richlite, reforça o compromisso do atelier com a sustentabilidade e o bem-estar dos ocupantes. 

Segundo o estudo, um dos comentários mais frequentes sobre o habitáculo é o quão agradável é o cheiro no interior, qualidade atribuída à ausência de selantes sintéticos como o poliuretano.

Daniel Cavazos e Casey Woods

Para além do apelo sensorial, a cabana interage harmoniosamente com a luz natural. A iluminação artificial foi intencionalmente restringida, deixando o interior em constante sintonia com as condições de iluminação exterior. 

O atelier explica que, “se faz sol e há muita luz lá fora, também há muita luz lá dentro; o tom laranja e as longas sombras estendem-se pela sala."