A zona da Boavista, no Porto, vai receber 100 novos fogos de habitação integrada no projeto de requalificação do antigo terreno ferroviário onde será construído o El Corte Inglés. O processo urbanístico, em curso desde 2021, prevê ainda a criação de dois novos arruamentos para melhorar a circulação naquela área.
De acordo com a Lusa, o terreno de 22 mil metros quadrados da antiga Estação Ferroviária de Porto-Boavista foi dividido em três parcelas. Enquanto a primeira ficará destinada ao futuro centro comercial espanhol, as outras duas, com uma área conjunta de quase quatro mil metros quadrados, permanecem na posse da Infraestruturas de Portugal (IP) e destinam-se à construção dos novos fogos.
A agência lembra que a IP ainda não detalhou se os 100 apartamentos serão dirigidos ao mercado livre, arrendamento acessível ou outro regime. No entanto, está confirmado que uma parte reduzida será reservada para serviços, reforçando a componente mista do empreendimento.
Paralelamente, o projeto prevê a criação de dois novos arruamentos: uma rua com 156 metros a ligar a Rua 5 de Outubro à Avenida de França e outra com 179 metros a ligar a Rua Helena Sá e Costa à futura Rua A. Estas vias deverão servir não apenas o futuro El Corte Inglés, mas também a nova estação da Casa da Música e a sede da Metro do Porto.
A infraestrutura comercial ocupará uma área máxima de 52.613 metros quadrados destinada a comércio e serviços, e mais 19.490 metros quadrados (m2) reservados a estacionamento, arrumos e áreas técnicas. O contrato de urbanização prevê ainda três pisos subterrâneos e seis acima da cota de soleira, com uma altura máxima de 25 metros.
O contrato de superfície entre a IP e o El Corte Inglés, celebrado inicialmente em 2000 e alvo de vários aditamentos, estabelece que a cadeia espanhola ficará com o espaço por 99 anos, prorrogáveis por mais 45. O valor total a pagar pelo terreno ascende a 29,4 milhões de euros, parte já liquidada ao longo das últimas duas décadas.
Para além da vertente comercial, o impacto habitacional é considerado determinante. A construção dos novos fogos poderá atenuar a pressão residencial da Boavista, uma das zonas mais procuradas da cidade, ainda que a definição do regime de habitação seja decisiva para perceber o seu alcance social.
O processo, acompanhado de perto pela autarquia e pela Lusa, será determinante para redesenhar a Boavista, conjugando comércio, mobilidade e habitação num dos pontos mais estratégicos da cidade do Porto.
*Com Lusa
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