A casa portuguesa de ardósia e xisto em Foz Côa que todos querem ver

Todas as quintas-feiras abrimos as portas de uma casa de sonho. E desta vez trazemos um exemplar com ADN português. Da reabilitação de um edifício devoluto construído no final do século XIX, nasceu a Casa Caldeira, uma habitação com traços históricos que foi adaptada aos novos modos de viver. Salta à vista a reconstrução desta casa portuguesa antiga recorrendo a ardósia e xisto, materiais abundantes na região de Vila Nova de Foz Côa, onde se situa.

Ao longo da sua vida, a Casa Caldeira foi sofrendo alterações consoante as necessidades dos antigos proprietários. E prova disso são as construções anexas à casa que não possuem qualquer relação arquitetónica com a construção original do século XIX.

O que chamou a atenção do arquiteto Filipe Pina foram os soletos ardósia utilizados como revestimento principal da Casa Caldeira. Foi a partir destes dois elementos, a ardósia e o xisto, que o arquiteto propôs reconfigurar o espaço e procurou destacar o alçado tardoz, orientado a sul, e assumi-lo como o novo alçado principal da habitação.

A reabilitação desta casa antiga situada no centro histórico de Foz Côa passou também pela recuperação de elementos existentes de serralharia e alvenaria de granito e ainda por deixar à vista as ruínas em xisto nos muros exteriores.

As soluções tradicionais de construção acompanharam o processo de transformação desta casa antiga, com a seleção de materiais de origem natural, como o reboco à base de cal para as fachadas, caixilharias em madeira, pavimentos em madeira, isolamento com aglomerado de cortiça nos pavimentos e aplicação de soletos de ardósia.

A Casa Caldeira possui 270 metros quadrados distribuídos por apenas dois pisos, sendo que no primeiro está a área social que apenas está delimitada pelas paredes interiores em alvenaria de xisto. No piso superior, situam-se os três quartos, cujo ponto de encontro culmina num espaço amplo com vista para a paisagem natural típica da região.