Lisboa inaugura espaço verde em homenagem ao Papa Francisco

A Câmara de Lisboa inaugurou quinta-feira, dia 24 de julho de 2025, o Parque Papa Francisco, em memória dos “momentos únicos de união” durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de 2023, e com o desígnio de ser um local de “inspiração para a paz”.

A inauguração do Parque Papa Francisco, anteriormente designado de Parque Tejo — espaço verde que liga Lisboa ao concelho vizinho de Loures —, decorreu no palco-altar da JMJ e integrou-se no âmbito do 16.º World Scout Moot, evento que reúne milhares de escuteiros de todo o mundo, acampados no local.

Acompanhado pelo patriarca de Lisboa, Rui Valério, que abençoou o novo parque, o presidente da câmara, Carlos Moedas (PSD), recordou a JMJ como um evento que foi “além da igreja católica, que tocou todas as religiões, que tocou todos os cidadãos desta cidade”.

“Nós tínhamos de agradecer ao Papa Francisco, dando-lhe o nome deste parque”, afirmou Moedas, sublinhando a mensagem de união e paz da JMJ: “Todos, todos, todos”.

Carlos Moedas destacou ainda a marca “inesquecível” do Papa Francisco, que em 2023 reuniu 1,5 milhões de pessoas em Lisboa durante a JMJ, num momento que descreveu como de “união da cidade, de união do mundo”.

Do lado de Lisboa, o Parque Papa Francisco oferece 30 hectares de espaço verde, já utilizado pela população, mas que a autarquia pretende “melhorar e ter mais projetos”, assegurando que não haverá construção em betão.

O patriarca de Lisboa considerou a homenagem como “um gesto profético”, lembrando a capacidade do Papa de juntar “pessoas oriundas de todas as proveniências”. Sublinhou que “não é apenas um memorial à paz, mas o Parque Papa Francisco quer ser uma fonte de inspiração para a paz”, denunciando também os locais onde a paz ainda não chegou, como a Ucrânia e Gaza.

O atual Papa Leão XIV também participou na cerimónia com uma mensagem escrita, na qual agradeceu às autarquias de Lisboa e Loures por darem ao Parque Tejo o nome de Papa Francisco.

“Revive com gratidão os lindos momentos passados em Portugal e recorda o rosto feliz do Papa Francisco no meio dos jovens de todas as partes do mundo, marcados pelas mais variadas culturas e unidos pela mesma alegria”, escreveu, acrescentando o desejo de perpetuar “o eco do seu veemente apelo à paz”.

A cerimónia contou ainda com a presença do cardeal Américo Aguiar, presidente da Fundação JMJ.

Campanha eleitoral e polémicas afastadas

Tendo em conta que as eleições autárquicas estão marcadas para 12 de outubro e que a lei proíbe publicidade institucional da administração pública durante este período — exceto em caso de grave necessidade pública —, Carlos Moedas, também ele candidato, foi questionado sobre a oportunidade da inauguração no dia 24 de julho de 2025.

“Sou presidente da câmara durante quatro anos e aquilo que faço é como presidente da câmara […] Todos os dias estou a trabalhar, todos os dias estou a concluir obras, todos os dias estou a fazer cidade e, portanto, eu tenho de estar presente”, respondeu. “Sou também candidato para as próximas eleições, como é óbvio, mas não vou fazer mais nenhum comentário.”

Quanto à presença na apresentação do projeto ‘Benfica District’ e às dúvidas levantadas pela oposição quanto à sua imparcialidade, o social-democrata assegurou que está “sempre presente” em “projetos grandes para a cidade”, garantindo que o caso “não tem polémica absolutamente nenhuma”.

“O presidente da câmara tem uma função institucional. Este presidente da câmara, ao contrário de outros, nunca pertenceu a nenhum clube de futebol. Não faço parte de listas, nem de campanhas de nenhum clube de futebol. O meu clube de futebol é Lisboa”, afirmou Moedas, numa alusão aos socialistas António Costa e Fernando Medina, que integraram, em 2020, a comissão de honra da recandidatura de Luís Filipe Vieira à presidência do Benfica.