Em causa está um inquérito realizado a cerca de 200 empresas associadas da Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins (APIMA).
Comentários: 0
Maioria das empresas do ‘cluster’ do mobiliário e afins mantiveram postos de trabalho no 1º semestre
APIMA

A pandemia da Covid-19 deixou e continua a deixar marcas, mas houve setores e empresas que conseguiram reagir melhor à crise que outras. Segundo um inquérito realizado pela Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins (APIMA) junto das empresas do cluster, que inclui, além do mobiliário, setores como a colchoaria, a decoração, a tapeçaria e a iluminação, 87% das companhias assume ter mantido a totalidade dos colaboradores que mantinha antes da pandemia.

Os dados revelados no estudo – foram transmitidos por Joaquim Carneiro, presidente da APIMA, ao secretário de Estado Adjunto e da Economia, João Correia Neves, e ao presidente do IAPMEI, Nuno Mangas – permitem ainda concluir que 43% das empresas inquiridas revelam quedas de faturação entre os 25% e os 50% nos primeiros cinco meses do ano, face ao período homólogo. E mais: 10% das empresas afirmaram ter registado uma evolução positiva do volume de negócios, com 27% a assumirem quedas entre os 10% e os 25%.

“Uma quebra nas encomendas que forçou 63% das empresas do cluster a recorrer ao regime de lay-off simplificado [terminou em julho], permitindo a conservação dos postos de trabalho”, refere a APIMA, em comunicado, salientando que “a queda nas receitas destes setores levou a um reajustamento e revisão dos planos de crescimento e de modernização, com 63% dos inquiridos a afirmar ter adiado ou cancelado os investimentos previstos”.

De acordo com o estudo – foram inquiridas cerca de 200 empresas associadas da APIMA entre os dias 3 e 16 de julho –, entre as principais preocupações das empresas estão o encerramento ou dificuldades financeiras dos clientes (70%), a procura de novas formas de promoção internacional, alternativas às feiras (70%), a proteção e a segurança dos colaboradores (56%), as dificuldades na cadeia logística internacional (37%) e o encerramento ou dificuldades financeiras dos fornecedores (18%).

“As empresas deste ‘cluster’ demonstraram a resiliência que as caracteriza e foram céleres a adaptar-se e a responder aos novos desafios, o que tem permitido amortecer, pelo menos, o impacto da crise. Contudo, sentimos, no seio das empresas, uma grande incerteza em relação ao último quadrimestre do ano, à evolução do consumo neste período, à resposta dos principais mercados e à possibilidade de surgimento de uma segunda vaga… São demasiadas variáveis que influenciam o poder de compra e a confiança dos mercados”, disse Joaquim Carneiro, citado no documento.

O inquérito concluiu ainda que quase metade (44%) das empresas afirma ter encomendas para um mês ou menos, sendo que 27% das organizações regista um planeamento para dois meses e 29% para mais de dois meses.

“Apesar do cenário de incógnita que o cluster enfrenta, as empresas inquiridas pela APIMA demonstram esperança e confiança numa recuperação económica já no ano de 2021. Embora apenas 13% ambicione igualar a faturação pré-pandemia já no segundo semestre de 2020, 30% acredita que conseguirá igualar este número no primeiro semestre de 2021, com outros 30% a objetivar a recuperação para o segundo semestre. 17% acredita que a retoma destes resultados apenas acontecerá em 2022, com 10% a traçar um cenário mais negativo e a projetar para lá deste ano a recuperação do volume de negócios anterior à pandemia”, lê-se no comunicado.

Ver comentários (0) / Comentar

Para poder comentar deves entrar na tua conta

Publicidade