O destino Portugal está “nas bocas” mundo, não sendo de estranhar que o país tenha sido eleito, pelo segundo ano consecutivo, melhor destino turístico do planeta, nos World Travel Awards, os “óscares do turismo mundial”. Mas apesar do país viver “um momento turístico extraordinário”, e que tem de ser aproveitado, ainda há “um longo caminho a percorrer”.
A garantia foi dada por José Roquette, Chief Development Officer do Pestana Hotel Group, que falava na abertura da sessão “A notoriedade de um destino Vs o desempenho do mercado imobiliário”, realizada dia 29 de novembro de 2018 na Estufa Real, em Lisboa, no âmbito da conferência “Marcas Globais, destinos turísticos e mercado imobiliário... como tirar o melhor partido desta relação?”, organizada pela Essentia.
“Lisboa está na segunda divisão do turismo europeu. Estivemos a jogar na terceira divisão durante muito tempo”, disse o responsável. “Sim, estamos num momento muito forte, muito bom, mas há um longo caminho a percorrer. E o turismo e o imobiliário têm de andar de mãos dadas”, acrescentou.
"Lisboa está na segunda divisão do turismo europeu. Estivemos a jogar na terceira divisão muito tempo"
José Roquette, administrador do Grupo Pestana
Dando exemplo de mais-valias existentes em Portugal a segurança e a sustentabilidade, José Roquette deixou, no entanto, um aviso: “[Haver] estabilidade fiscal é crucial. Os governos têm de estar atentos a isso, têm de promover essa estabilidade, que tem faltado. A era do capital abundante e barato vai terminar, não será sempre como nos últimos anos [e] há que diversificar a oferta e fidelizar novos mercados”.
Também a jornalista espanhola Begoña Íñiguez – já foi presidente da Associação de Imprensa Estrangeira em Portugal – considerou fundamental haver estabilidade fiscal, enaltecendo o facto de Portugal ter “um potencial incrível”. “Há 15 anos, quando cheguei ao país, faltava vida em Lisboa, a cidade estava de costas voltadas ao rio”, contou, frisando a capital não pode perder a sua autenticidade. “O que diferencia Lisboa de outras cidades é a autenticidade”.
Para José Gil Duarte, CEO e fundador da Essentia, que moderou outro dos debates da conferência, apesar de Portugal viver “um momento extraordinário”, existem no país “inúmeras oportunidades e enormes desafios”.
Tal como os anteriores oradores, o responsável lembrou que não é com instabilidade política e legislativa que se conseguem cumprir os objetivos. E deixou um dado curioso: “O fluxo investimento que estamos a atrair não tem paralelo desde o sismo de Lisboa de 1755”.
Nesse sentido, José Gil Duarte reconheceu que muita coisa “mudou nos últimos anos”, nomeadamente “com o incentivo ao investimento”, através dos vistos gold, por exemplo, e com o aproveitamento da instabilidade de outros destinos. “A forma como soubermos lidar com este momento da nossa história vai definir o nosso futuro”, afirmou.
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