Resistente até agora a rever o spread mínimo que cobra aos clientes no crédito à habitação, o BPI aderiu finalmente este mês à recente moda da banca nacional pós-crise de reduzir os prémios de risco cobrados no financiamento para a compra de casa. No total, existem já 10 bancos no mercado português a aplicar spreads abaixo dos 2%.
Foi a primeira vez desde o início da crise que o banco liderado por Fernando Ulrich baixou o prémio de risco exigido, algo que já tinha sido feito nos últimos meses pelos maiores bancos a operar em Portugal, escreve o Diário Económico, com base numa consulta realizada pelo jornal aos preçários dos bancos.
O BPI baixou o valor de ‘spread' mínimo de 2,5% para 1,95%. Também o ‘spread' máximo foi revisto em baixa de 5,3% para 4,75%.
Após terem conseguido diminuir o rácio de crédito sobre depósitos (processo de desalavancagem imposto pelo Banco de Portugal com o rebentar da crise financeira), e com o dinheiro "barato" injetado no mercado financeiro europeu (na sequência das medidas do BCE) os bancos começaram, desde há cerca de seis meses, a alargar um pouco os critérios apertados na concessão de crédito à habitação.
"No segmento dos empréstimos a particulares para habitação, o principal factor a contribuir para uma redução da restritividade nos critérios de concessão de crédito foi a percepção de riscos relacionados com a situação e as perspectivas económicas gerais", referiu o supervisor. No entanto, apesar das descidas recentes dos ‘spreads', os bancos não estão, para já, a equacionar uma continuação desta diminuição das exigências na concessão de crédito. "No segmento dos particulares, a expectativa da maioria dos bancos é de uma manutenção dos critérios aplicados", diz o último inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito, divulgado pelo Banco de Portugal este mês e citado pelo Diário Económico.
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