
Os hospitais portugueses pouparam perto de 30 milhões de euros nos primeiros dez meses do ano apenas com a utilização de três medicamentos genéricos, com destaque para dois que são utilizados no tratamento do cancro e do VIH.
Segundo os dados avançados pela Autoridade do Medicamento (Infarmed), citados pelos Diário de Notícias (DN), só um tratamento na área do cancro (imatibin) e outro contra o VIH (que combina abacavir e lamivudina) permitiram uma redução de despesa de 25,5 milhões, em comparação com o mesmo período do ano passado. A esta poupança juntaram-se ainda 2,2 milhões de euros num antibiótico utilizado em meio hospitalar.
O Infarmed garante, ainda assim, que esta poupança não se deve a uma quebra na utilização dos medicamentos, mas sim da redução dos preços. Armando Alcobia, da Comissão de Farmácia e Terapêutica do Hospital Garcia de Orta, deu exemplos concretos ao DN. “O Imatinib tinha um custo por comprimido de 70 euros e, no espaço de menos de um ano, foi reduzido para menos de dois euros. Se em 2016 foram consumidos cerca de 30 milhões de euros deste medicamento, será de prever uma redução bem superior a 20 milhões”, salientou o especialista em farmácia hospitalar.
"Atendendo a que os preços dos novos medicamentos continuam a ser muito elevados, todos os esforços que contribuam para a tão propalada sustentabilidade do sistema serão uma boa ajuda", concluiu Armando Alcobia.
De referir que despesa com medicamentos hospitalares é superior a mil milhões de euros, prevendo-se um aumento superior a 5% neste ano.
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