
A procura de empréstimos por parte de particulares aumentou no segundo trimestre, em particular no segmento da habitação, enquanto por empresas só cresceu a busca de empréstimos de curto prazo e por PME, segundo um inquérito do BdP.
Esta é uma das conclusões da edição de julho do Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito do Banco de Portugal (BdP), esta terça-feira (dia 22 de julho) divulgado e em que, além do balanço referente ao segundo trimestre, são apresentadas as perspetivas para o período de julho a setembro.
De acordo com os resultados do inquérito, que avalia a oferta e a procura referentes ao segundo trimestre, por comparação com os três meses anteriores, entre os particulares houve um “aumento da procura, sobretudo no segmento da habitação”.
Para esta subida da procura contribuíram o nível geral das taxas de juro e, em menor grau, a confiança dos consumidores e o regime regulamentar e fiscal do mercado da habitação [nomeadamente, isenção de IMT e garantia pública para jovens].
Também nos créditos ao consumo e outros fins a confiança dos consumidores contribuiu ligeiramente para uma subida na procura.
Do lado das empresas, houve um “ligeiro aumento” por parte das pequenas e médias empresas (PME) e por empréstimos de curto prazo, ao passo que nas grandes empresas se deu uma ligeira diminuição da procura de créditos.
Para o terceiro trimestre do ano, o BdP refere que o setor antecipa um “ligeiro aumento da procura de empréstimos por PME (transversal à maturidade dos empréstimos) e por particulares para habitação”.

Créditos habitação menos restritivos por parte da banca
Do lado da oferta, os critérios da concessão de crédito estiveram praticamente sem alterações no crédito a empresas, menos restritivos no crédito à habitação e “ligeiramente mais restritivos no crédito ao consumo e outros fins”.
Segundo as conclusões do inquérito, no crédito à habitação, a concorrência de outras instituições bancárias e a qualidade creditícia dos mutuários “contribuíram ligeiramente para critérios menos restritivos”, ainda que este último fator tenha resultado em critérios mais restritivos no crédito ao consumo e outros fins.
Entre as empresas, apesar de não ter sido suficiente para impactar os critérios, os riscos associados à situação e as perspetivas económicas gerais aumentaram ligeiramente a restritividade junto das PME.
Na análise dos termos e condições do crédito, nos créditos a empresas – PME ou grandes – e no crédito à habitação, verificou-se uma ligeira diminuição da taxa de juro praticada e do ‘spread’ aplicado nos empréstimos de risco médio, mantendo-se as condições no crédito ao consumo e outros fins.
A proporção de pedidos de empréstimo rejeitados manteve-se inalterada nas empresas e aumentou ligeiramente nos empréstimos a particulares, tanto no caso da habitação, como do consumo e outros fins.
Para o terceiro trimestre, a banca portuguesa antecipa critérios de concessão de crédito “ligeiramente menos restritivos para PME” e “sem grandes alterações nas grandes empresas e no crédito a particulares”.
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