Taxas Euribor subiram em outubro para todos os prazos, depois do BCE ter aumentado juros diretores em 200 pontos base desde julho.
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Euribor a subir
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A evolução das taxas Euribor está intimamente ligada às taxas de juro diretoras do Banco Central Europeu (BCE). E como o regulador liderado por Christine Lagarde decidiu aumentar estas taxas em 200 pontos base desde julho, as taxas médias da Euribor continuar a subir mês após mês. Em outubro, as três principais taxas deram o salto de cerca de 0,4 pontos percentuais: a taxa média da Euribor a 12 meses subiu para 2,629%, a Euribor a 6 meses subiu para 1,997% e a Euribor a 3 meses para 1,428%.

Euribor a 12 meses chegou aos 2,629% em outubro

No prazo de 12 meses, a Euribor média avançou de 2,233% em setembro para 2,629% em outubro. Esta que é a taxa mais utilizada no conjunto dos novos contratos de crédito habitação em Portugal registou o mínimo de sempre de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

Se o fecho mensal da Euribor a 12 meses for confirmado neste valor, os titulares dos créditos habitação que tenham de rever as prestações da casa em novembro, vão vê-las subir. Por exemplo, para uma hipoteca variável de 30 anos de 150.000 euros e com um spread de 0,99%, o custo extra será de cerca de 230 euros por mês e cerca de 2.800 euros por ano.

Tudo indica que a Euribor a 12 meses vai continuar a crescer: esta segunda-feira, a taxa diária avançou pela sexta sessão consecutiva, ao ser fixada em 2,630%, mais 0,063 pontos do que na sexta-feira, depois de ter subido em 21 de outubro para 2,778%, um novo máximo desde dezembro de 2008. Também os especialistas acreditam que a Euribor a 12 meses atinja os 3% até ao final do ano. E o economista Miguel Córdoba considera lógico que esta taxa Euribor supere os 4% durante o próximo ano.

 

Euribor e 6 meses está próxima dos 2%

A taxa Euribor a 6 meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos habitação e que entrou em terreno positivo em 6 de junho, também voltou a subir em outubro. A taxa média passou de 1,569% em setembro para 1,997% em outubro (+0,4 pontos).

Esta segunda-feira, dia 31 de outubro, a Euribor diária a 6 meses chegou aos 2,130%, um valor próximo do máximo registado desde fevereiro de 2009, de 2,132%, verificado em 24 de outubro. Recorde-se que a Euribor a 6 meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 6 de novembro de 2015 e 3 de junho de 2022). E atingiu o seu mínimo de sempre a 20 de dezembro de 2021, de -0,554%.

Euribor a 3 meses voltou a subir para 1,428%

A Euribor a 3 meses é a taxa menos utilizada nos novos contratos de crédito habitação em Portugal, mas que ainda representa cerca de 30% da totalidade de contratos assinados até dezembro de 2021, segundo o Banco de Portugal. Esta esta taxa atingiu a média de 1,428% em outubro, mais 0,4 pontos que em setembro (1,011%).

Também esta taxa a três meses tem dado sinais diariamente de que irá subir no futuro.  A Euribor a 3 meses avançou esta segunda-feira, pela nona sessão consecutiva, ao ser fixada em 1,704%, mais 0,063 pontos do que na sexta-feira e um novo máximo desde março de 2009.

A taxa Euribor a 3 meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses). A taxa Euribor a três meses registou o mínimo de sempre de -0,605% em 14 de dezembro de 2021. E entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015.

Porque sobem as taxas Euribor?

As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 4 de fevereiro, depois de o BCE ter admitido que poderia aumentar as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na Zona Euro - um valor que atingiu os 10,7% em outubro, diz o Eurostat numa estimativa rápida. E a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro.

Na quinta-feira, 27 de outubro, com o objetivo de travar a inflação, o BCE subiu as três taxas de juro diretoras em 75 pontos base, o terceiro aumento consecutivo deste ano, depois de em 21 de julho ter subido em 50 pontos base as três taxas de juro diretoras, a primeira subida em 11 anos, e em 8 de setembro em 75 pontos base.

Estas decisões de política monetária do regulador europeu acabam por influenciar a evolução da Euribor, já que estas taxas estão intimamente ligadas às subidas ou descidas das taxas de juro diretoras do BCE. De notar que as taxas Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

Tudo indica que as taxas Euribor vão continuar a subir nos próximos meses, levando a que cada vez se paguem mais juros e se amortize menos capital. Isto porque o BCE admite que ainda está longe de controlar a inflação que se faz sentir em território europeu, pelo que admite voltar a subir as taxas de juro diretoras nas próximas reuniões, decisões essas que vão acabar por influenciar o trajeto da Euribor.

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