Um dos passos importantes na hora de pedir crédito habitação é a avaliação bancária, uma vez que a instituição financeira vai emprestar o menor valor entre o preço de venda e o da avaliação. E os bancos têm vindo a confirmar, mês após mês, a valorização da habitação em Portugal, já que o valor mediano da avaliação bancária das casas não pára de crescer, tendo atingindo um novo recorde em agosto (1.538 euros/m2), revelam os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quarta-feira divulgados.
“Em agosto de 2023, o valor mediano de avaliação bancária, realizada no âmbito de pedidos de crédito para a aquisição de habitação, fixou-se em 1.538 euros por metro quadrado (euros/m2), tendo aumentado 13 euros (0,9%) face a julho”, aponta o INE no boletim publicado esta quarta-feira dia 27 de setembro. Olhando para a série disponível – que remonta a 2011 – verifica-se que este é o maior valor de avaliação bancária registada.
Todas as regiões apresentaram subidas do valor mediano da avaliação bancária face ao mês anterior - à exceção do Algarve (-0,6%) -, tendo o aumento mensal mais expressivo sido registado na Região Autónoma dos Açores (5,6%). Já face a agosto de 2022, a avaliação das casas em Portugal (em termos medianos) subiu 8,8%. E este aumento foi sentido em todas as regiões do país, tendo variação mais intensa sido também verificada na Região Autónoma da Madeira (23,1%) e a menor no Norte (7,9%).
Sem surpresa, em agosto de 2023, o Algarve, a Grande Lisboa e a Madeira apresentaram valores de avaliação bem mais elevados do que a mediana do país. Já as Terras de Trás-os-Montes, Beiras e Serra da Estrela e Alto Alentejo foram as regiões que apresentaram valores mais baixos (diferença para a mediana do país é de quase -50%).
Para apurar o valor mediano de avaliação bancária de agosto de 2023, foram consideradas 24.605 avaliações (15.875 apartamentos e 8.730 moradias), menos 1,1% face ao mês anterior e menos 6,3% do que no mesmo período de 2022. O arrefecimento da venda de casas sentida este ano pode estar por detrás desta queda do número de avaliações bancárias realizada.
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Apartamentos: valor do m2 ultrapassa pela primeira vez os 1.700 euros
Em agosto de 2023, o valor mediano de avaliação bancária de apartamentos foi de 1.707 euros/m2. Esta foi a primeira vez que o m2 dos apartamentos custou mais de 1.700 euros, de acordo com a série disponível pelo INE.
Os valores mais elevados da avaliação bancária dos apartamentos foram observados no Algarve (2.159 euros/m2) e na Área Metropolitana de Lisboa (2.054 euros/m2), tendo o Alentejo registado o valor mais baixo (1 123 euros/m2).
Mas como tem evoluído o valor da avaliação dos apartamentos? Face a agosto de 2022, a avaliação está 8,2% superior. E foi a Região Autónoma da Madeira que apresentou o crescimento homólogo mais expressivo (28,2%) e o Norte o menor (8,3%). Comparativamente com o mês anterior, o valor de avaliação dos apartamentos subiu 0,5% a nível nacional, registando a Região Autónoma da Madeira a maior subida (1,8%) e o Algarve a única descida (-1,3%).
No conjunto dos apartamentos, as tipologias T2 e T3 representaram 78,1% das avaliações de apartamentos realizadas no período em análise, tendo avaliado da seguinte forma:
- Apartamentos T2: o valor subiu 8 euros, para 1.731 euros/m2;
- Apartamentos T3: o valor aumentou 20 euros, para 1.518 euros/m2.
Moradias: avaliação bancária sobe 6,3% num ano
No caso das moradias, o valor da avaliação bancária em Portugal foi de 1.197 euros/m2 em agosto de 2023 (mediana). “Os valores mais elevados observaram-se no Algarve (2.178 euros/m2) e na Área Metropolitana de Lisboa (2.059 euros/m2), tendo o Centro e o Alentejo registado os valores mais baixos (980 euros/m2 e 1 039 euros/m2, respetivamente)”, destaca o instituto na mesma publicação.
O valor da avaliação bancária das moradias em Portugal subiu, assim, 6,3% em agosto de 2023 face ao mesmo período do ano passado. O Alentejo apresentou o maior crescimento homólogo (15,7%), não se tendo registado reduções em nenhuma região. Face ao mês anterior, o valor de avaliação das moradias subiu 1,1%. E foi a Região Autónoma dos Açores que registou o crescimento mais elevado (2,9%), ocorrendo uma única descida na Região Autónoma da Madeira (-3,1%).
No conjunto de moradias, as tipologias T2, T3 e T4 representaram 88,4% das avaliações bancárias realizadas no período em análise:
- Moradias T2: valor mediano desceu 22 euros num mês para 1.137 euros/m2;
- Moradias T3: valor subiu 6 euros para 1 162 euros/m2;
- Moradias T4: aumento de 23 euros para 1.289 euros/m2, respetivamente.
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