Índice de Preços da Habitação, do INE, cresceu 8,7% em termos homólogos no 2º trimestre, ao contrário do número de transações.
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Preços das casas em Portugal
Foto de Eric Masur na Unsplash

Os preços das casas continuam a aumentar em Portugal: 8,7% no segundo trimestre de 2023 face ao período homólogo. Uma subida que não é acompanhada pelo número de transações/vendas, que desaceleraram 22,9% entre os dois momentos. Em causa estão dados divulgados esta quinta-feira (21 de setembro) pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).  

“No 2º trimestre de 2023, o Índice de Preços da Habitação (IPHab) cresceu 8,7% em termos homólogos, taxa de variação idêntica à do trimestre anterior. Neste período, os preços das habitações existentes aumentaram a um ritmo superior ao das habitações novas, 9,0% e 8,0%, respetivamente”, conclui o instituto. 

Comparativamente com os primeiros três meses do ano, o IPHab aumentou 3,1% (1,3% no trimestre precedente). Por categoria, os preços das casas usadas aumentaram 3,2%, um valor superior ao observado nas casas novas (2,8%).

De acordo com o INE, a taxa de variação média anual do IPHab fixou-se em 10,4% no 2º trimestre de 2023, um valor 1,1 pontos percentuais (p.p.) abaixo da taxa apurada no trimestre anterior. Entre abril e junho de 2023, a taxa de variação média anual dos preços das habitações existentes foi superior à observada nas habitações novas, 11,4% e 7,3%, respetivamente.

Travão a fundo nas transações de casas 

Em sentido contrário aos preços das casas estão as transações/vendas, que desaceleraram bastante num ano, no segundo trimestre de 2023 face ao mesmo período do ano passado. De acordo com o INE, entre abril e junho de 2023, transacionaram-se 33.624 habitações, correspondendo a uma taxa de variação homóloga de -22,9% (-20,8% no 1º trimestre de 2023). Este foi, de resto, o quarto trimestre consecutivo em que se observou uma redução do número de transações.

“No período em análise, as habitações existentes representaram a maioria das transações (79,7%) tendo totalizado 26.799 unidades, menos 25,0% face ao registo do mesmo período de 2022. Relativamente às habitações novas, contabilizaram-se 6.825 transações, traduzindo-se numa redução de 13,2% por comparação com o 2º trimestre de 2022”, lê-se na nota da entidade. 

Destaque ainda para o facto de o número de transações ter diminuiu 2,5% entre o 1º e o 2º trimestre de 2023, menos que no trimestre anterior (-10,5%). E mais: a redução no número de transações foi mais expressiva no caso das habitações existentes (-2,6%), face às habitações novas (-2,1%).

Venda de casas totaliza 6,9 mil milhões de euros – menos 16,7% que há um ano

As habitações transacionadas no 2º trimestre de 2023 totalizaram aproximadamente 6,9 mil milhões de euros, um valor que representa uma redução de 16,7% face ao mesmo período de 2022 e que se distribui da seguinte forma: 

  • 5,0 mil milhões de euros corresponderam a transações de habitações existentes (redução de 20,7% face ao mesmo período de 2022);
  • 1,9 mil milhões de euros foram relativos a transações de habitações novas (redução homóloga de 4,1%).

Na variação em cadeia, ou seja, no segundo trimestre face aos primeiros três meses do ano, o valor das habitações transacionadas aumentou 0,7% (-6,9% no 1º trimestre de 2023). Por categoria, houve uma redução no valor das transações de habitações existentes (-0,1%) e um aumento no valor das transações de habitações novas (2,9%).

“No 2º trimestre de 2023, as aquisições de habitação pelo setor institucional das famílias fixaram-se em 28.732 alojamentos, 85,5% do total, mais 0,6 p.p. relativamente ao trimestre anterior. No trimestre de referência, as vendas de alojamentos às famílias registaram uma redução de 24,7% face a idêntico período de 2022 e uma taxa de variação de -1,9% relativamente ao trimestre anterior. Em valor, as transações efetuadas por famílias corresponderam a 5,8 mil milhões de euros, 83,8% do total, a percentagem mais baixa desde o 1º trimestre de 2020. Em termos homólogos, o valor das compras de habitação pelas Famílias diminuiu 19,5% (variação de -17,3% no 1º trimestre de 2023)”, clarifica o INE.

Portugueses compram menos casas

De referir ainda que o número de casas vendidas a compradores com domicílio fiscal em Portugal também recuou no entre abril e junho de 2023, tendo sido transacionadas apenas 31.089 habitações, menos 23,8% em termos homólogos e uma redução de 2,8% face ao trimestre precedente. 

“Neste período, as vendas de habitações a compradores com domicílio fiscal fora do território nacional diminuíram 8,9%, para um total de 2.535 unidades, representando 7,5% do total, a percentagem mais elevada da série iniciada no 1º trimestre de 2019”, salienta o INE.

Entre os “estrangeiros” (compradores com domicílio fiscal fora do território nacional), as aquisições por compradores com domicílio fiscal na União Europeia (UE) fixaram-se em 1.174 unidades, menos 24,5% em termos homólogos, enquanto as transações da categoria de domicílio fiscal restantes países aumentaram 10,8% para 1.361 habitações.

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