No final da última reunião de política monetária, o Banco Central Europeu (BCE) deixou a porta aberta para discutir os primeiros cortes dos juros diretores em junho. E esta decisão terá influência direta na flutuação das taxas Euribor. O que os analistas de mercado esperam é que a Euribor possa começar a descer de forma mais expressiva assim que o alívio da política monetária se materializar. E preveem mesmo que a Euribor possa descer para cerca de 3% até ao final de 2024.
As atenções dos mercados financeiros estão voltadas para os cortes dos juros diretores, havendo mesmo vozes que reclamam esta redução: “É a hora de baixar os juros”, disse recentemente a economista alemã Isabella Weber, citada pelo El País. Ao que tudo indica, este corte dos juros do BCE vai correr em junho, tal como adiantou Christine Lagarde, presidente do regulador europeu. E o mesmo reforçou agora François Villeroy de Galhau, governador do Banco de França e membro do Conselho do BCE: "Vamos provavelmente cortar juros na primavera e a primavera na Europa é de abril a 21 de junho", sendo "talvez mais provável em junho", muito embora o BCE continue a depender dos dados, disse em entrevista à Rádio France Info.
Neste contexto, os mercados também reviram as suas previões. Um deles foi o Bank of America, que agora diz que vai haver cortes trimestrais dos juros do BCE a partir de junho, seguidos de cortes mais rápidos que levarão os juros ao patamar dos 2% em meados de 2025.
O que é certo é que o facto de o BCE ter mantido as taxas em março e ter sugerido que a primeira redução só chegará em junho, terá um impacto muito concreto nos créditos habitação. Ao que tudo indica, a queda da Euribor chegará mais tarde do que o esperado por muitas famílias. “Para as famílias com crédito habitação a taxa variável [Euribor a 12 meses], este atraso significará que as revisões em baixa das prestações da casa serão adiadas até um ano”, diz Miguel Cabrita, responsável pelo idealista/créditohabitação em Portugal.
Por outro lado, quem está à procura de um crédito habitação neste momento a situação revela-se mais animadora, uma vez que "a concorrência entre entidades fez com que os spreads dos novos empréstimos fossem reduzidos no início de 2024 e é previsível que a mesma tendência se mantenha durante o resto do ano", aponta ainda Miguel Cabrita.
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Como vai evoluir a Euribor em 2024? E 2025?
No final de 2023, a Euribor deu os primeiros sinais de descida em reação à manutenção dos juros pelo BCE. Mas em fevereiro começou a oscilar – tendo a Euribor a 12 e 6 meses subido ligeiramente - reagindo às mudanças de perspetivas do mercado em relação aos primeiros cortes de juros (passou de abril para junho). Agora, os especialistas acreditam que não haverá uma queda acentuada das taxas Euribor até ao final do ano.
O BBVA Research prevê que a Euribor a 12 meses se situe nos em 3,3% no final de 2024 (face aos atuais 3,7%). Ou seja, antecipa que um dos principais indicadores de referência nos créditos habitação em Portugal irá cair apenas quatro décimas até dezembro.
Também os analistas da Ebury admitem que a Euribor irá não cairá abaixo de 3% durante o resto do ano: as suas estimativas atuais apontam para um intervalo entre 3% e 3,5%. Na mesma linha, a Fundação Caixa Económica (Funcas) e o CaixaBank Research estimam que no final do ano a Euribor a 12 meses rondará os 3%. Já o Bankinter acredita que cairá até aos 3,25% até ao final de 2024.
E como estará a Euribor em 2025? Ao que tudo indica já deverá passa a meta dos 3%. O Bankinter antecipa que a Euribor cairá para os 2,75% em 2025. E o BBVA admite que a Euribor poderá cair até 2,4% no final do próximo ano, se o BCE baixar os juros em mais de 100 pontos base (para 2,75%).
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As taxas Euribor começaram a descer no final de 2023, reagindo à manutenção dos juros diretores por parte do Banco Central Europeu (BCE). E parecia que a trajetória de recuo seria para manter. Mas fevereiro trouxe uma surpresa: as taxas Euribor a 6 e 12 meses interromperam a série de descidas subindo ligeiramente, enquanto a Euribor a 3 meses recuou um pouco. Mas porque é que isso aconteceu? Porque o mercado está a adiar as expectativas dos primeiros cortes dos juros diretores, uma vez q
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