
Em julho, a procura de empréstimos por parte de particulares manteve-se “praticamente sem alterações no segmento da habitação”, tendo havido um “ligeiro aumento no segmento do consumo e outros fins”. Esta é uma das conclusões a retirar do Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito do Banco de Portugal (BdP), divulgado esta terça-feira (16 de julho de 2024). Para os próximos tempos, o supervisor antecipa, de resto, “um ligeiro aumento da procura de empréstimos, mais acentuado no segmento da habitação”.
Do lado das empresas, indica a entidade liderada por Mário Centeno, a procura de empréstimos registou uma “ligeira diminuição, transversal a empresas de diferente dimensão e aos diferentes prazos do empréstimo”.
“O nível geral das taxas de juro, a redução das necessidades de financiamento do investimento e de financiamento para reestruturação empresarial, assim como o recurso à geração interna de fundos como fonte de financiamento alternativa contribuíram ligeiramente para essa evolução”, refere o BdP.
As expetativas do supervisor bancário apontam para que a procura de empréstimos não tenha “alterações no segmento das PME e nos empréstimos de longo prazo”, antecipando-se uma “ligeira diminuição [da procura] por grandes empresas e em empréstimos de curto prazo”. “Nos particulares, [prevê-se que haja um] ligeiro aumento da procura de empréstimos, mais acentuado no segmento da habitação”, lê-se no inquérito.

Oferta: critérios de concessão praticamente inalterados
Do lado da oferta, e segundo se pode ler no documento, os critérios de concessão de crédito mantiveram-se, em julho, praticamente inalterados no crédito a empresas e a particulares para aquisição de habitação e ligeiramente mais restritivos no crédito ao consumo e outros fins.
“A situação e perspetivas económicas gerais e a qualidade creditícia dos consumidores contribuíram ligeiramente para tornar os critérios de concessão mais restritivos no crédito ao consumo e outros fins”, explica o BdP.
Relativamente aos termos e condições do crédito, o banco central indica que houve uma “ligeira diminuição na taxa de juro praticada e no spread aplicado nos empréstimos de risco médio concedidos a PME”, não havendo registo de alterações nos empréstimos para aquisição de habitação e havendo um ligeiro aumento da taxa de juro praticada nos empréstimos ao consumo e outros fins.
“No crédito a empresas, nomeadamente nos empréstimos de risco médio, a concorrência de outras instituições bancárias contribuiu ligeiramente para a diminuição da taxa de juro e do spread”, justifica.
O BdP antecipa, ainda, que os critérios de concessão se mantenham “praticamente inalterados” nos próximos tempos, “tanto no crédito a empresas como no crédito a particulares”

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