
As prestações da casa nos novos créditos habitação a taxa variável voltaram a ficar mais baratas em outubro. Esta é o resultado da nova queda das taxas Euribor para todos prazos, com destaque para o prazo mais longo (a Euribor a 12 meses) que desceu mesmo abaixo dos 3%, pela primeira vez em quase dois anos. Assim ficam as prestações da casa nos novos empréstimos habitação em outubro, segundo as simulações preparadas pelo idealista/créditohabitação.
As taxas Euribor já estão a cair há vários meses e setembro não foi exceção. Esta trajetória decrescente foi antecipada e motivada pelos dois cortes das taxas de juro diretoras levados avante pelo Banco Central Europeu (BCE) – o primeiro em junho e o segundo em setembro. E embora o caminho de flexibilização da política monetária do BCE não seja certo (não se sabe se haverá novo corte dos juros em outubro ou só em dezembro), tudo indica que as taxas Euribor vão continuar a cair até dezembro, bem como nos próximos dois anos.
Estas são as taxas médias mensais da Euribor em setembro para todos os prazos, depois das duas descidas dos juros do BCE:
- Euribor a 12 meses: a média mensal de setembro foi de 2,936%, a mais baixa desde dezembro de 2022. A taxa no prazo mais longo ficou 0,23 pontos percentuais (p.p.) abaixo da registada em agosto (3,166%);
- Euribor a 6 meses: esta taxa mensal caiu para 3,258% em setembro, menos 0,167 p.p. do que no mês anterior (3,425%);
- Euribor a 3 meses: a taxa do prazo mais curto passou fixou-se em 3,434%, menos 0,114 p.p. face a agosto (3,548%).
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Créditos a taxa variável têm prestações mais baratas em outubro
Uma vez mais, a descida da Euribor vai ter impacto nas prestações da casa nos novos créditos habitação a taxa variável contratados em outubro. Isto quer dizer que quem decidir comprar casa com financiamento bancário este mês vai pagar menos do que se tivesse contratado o empréstimo em setembro.
É neste contexto que as famílias devem analisar bem todas as ofertas bancárias para perceber se compensa mais no imediato contratar um crédito habitação a taxa variável (e indexado à Euribor) ou um empréstimo da casa a taxa mista, que é o tipo mais contratado atualmente, apresentando juros acessíveis, pelo menos, no período fixo do contrato (o qual geralmente é curto, de até 5 anos).
Para perceber como vão descer as prestações da casa nos novos contratos realizados em outubro (que usam a média mensal da Euribor de setembro), o idealista/créditohabitação preparou as seguintes simulações tendo em conta um novo empréstimo habitação a taxa variável de 150.000 euros, com spread de 1% e prazo de 30 anos:
- Crédito habitação com Euribor a 12 meses: aqui a prestação da casa (que usa a média da Euribor de setembro) é de 710 euros no primeiro ano, menos 20 euros do que se o crédito fosse contratado no mês anterior;
- Crédito habitação com Euribor a 6 meses: a prestação da casa a pagar em outubro e nos cinco meses seguintes será de 738 euros, menos 15 euros face à prestação calculada para setembro;
- Crédito habitação com Euribor a 3 meses: a prestação da casa será de 753 euros nos primeiros três meses do contrato (outubro inclusive), traduzindo-se numa redução de 11 euros face a quem avançou com o crédito da casa em setembro.
Esta nova redução da Euribor é também uma boa notícia para quem já está a pagar créditos habitação a taxa variável (ou mista em período variável). Isto porque, se a revisão da prestação for feita em outubro, significa que terão um alívio na carteira, muito embora a sua dimensão dependa sempre do ano do contrato e do montante em dívida. Vejamos: as taxas Euribor a 12,6 e 3 meses estão bem mais baixas do que há um ano (4,149%), há seis meses (3,838%), e há três meses (3,685%), respetivamente.
Os analistas de mercado também esperam que as taxas Euribor continuem a cair nos próximos meses, admitindo que vão ficar em 3% ou abaixo deste patamar até ao final do ano – o que já se verificou no caso da Euribor a 12 meses.
Ao que tudo indica, a Euribor deverá continuar a cair à medida que o BCE decida reduzir os seus juros diretores (e até antecipando os cortes, como se tem verificado até hoje). Essa é a convicção da própria Christine Lagarde, presidente do BCE: “Esperamos ver uma folga […], não parando uma descida das taxas hipotecárias [Euribor] à medida que as taxas de juro continuam a descer ao longo dos próximos meses”.
Embora o BCE não se tenha comprometido com uma “trajetória de taxas específica”, os especialistas admitem que haja, pelo menos, um novo corte dos juros em dezembro, seguindo uma trajetória trimestral de alívio da sua política monetária.
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