
A procura por crédito habitação está a crescer em Portugal, numa altura em que os juros estão a cair. E, neste contexto, os bancos acabam por ter de arregaçar as mangas e a avaliar mais casas. O que também salta à vista é que as instituições bancárias têm valorizado o metro quadrado (m2) da habitação mês após mês, tendo atingindo um novo recorde em setembro, de 1.695 euros.
“Em setembro, o valor mediano de avaliação bancária realizada no âmbito de pedidos de crédito para a aquisição de habitação, fixou-se em 1.695 euros por metro quadrado (euros/m2), tendo aumentado 31 euros (1,9%) face a agosto”, destaca o Instituto Nacional de Estatística (INE) no boletim publicado esta sexta-feira, dia 25 de outubro. A nível geográfico, o Algarve apresentou o aumento mais expressivo face ao mês anterior (2,6%), tendo-se verificado a descida mais intensa no Alentejo (-0,5%).
Face há um ano, o valor da avaliação bancária no país está 10% mais elevado, tendo acelerado o crescimento face a agosto (quando a variação homóloga foi de 8,2%). A variação anual mais intensa foi observada na sub-região Oeste e Vale do Tejo (12,8%), não se tendo verificado qualquer descida nos outros territórios.
Para apurar o valor mediano de avaliação bancária de setembro, foram consideradas 33.100 avaliações (21.267 apartamentos e 11.833 moradias), mais 32,8% que no período homólogo e mais 4,3% face ao mês anterior. Este aumento do número de casas avaliadas pela banca terá que ver com a maior procura de créditos habitação sentida no verão de 2024, uma vez que a avaliação bancária é um passo essencial na hora de pedir empréstimos para comprar casa. Isto porque os bancos só emprestam até 90% do menor valor entre o preço da casa e a avaliação.
M2 dos apartamentos atinge novo máximo
Nos apartamentos, o valor mediano de avaliação bancária foi de 1.882 euros/m2 em setembro, mais 10,2% face há um ano E constitui mesmo um novo máximo na série do INE. A Região Autónoma dos Açores apresentou o crescimento homólogo mais expressivo (17,9%) na avaliação dos apartamentos, não se tendo verificado qualquer descida.
Já face ao mês anterior, o m2 das casas avaliadas pela banca subiu 1,7%, registando a Região Autónoma da Madeira a maior subida (2,8%). Uma vez mais, nenhuma sub-região do país registou uma queda.
O INE destaca que “os valores mais elevados foram observados na Grande Lisboa (2.497 euros/m2) e no Algarve (2.244 euros/m2), tendo o Centro apresentado o valor mais baixo (1.214 euros/m2)”.
A maioria das avaliações bancárias dos apartamentos foi realizada a T1, T2 e T3, com todas a tipologias a apresentarem aumentos:
- Apartamentos T1: valor da avaliação aumentou 51 euros, para 2.444 euros/m2;
- Apartamentos T2: valor subiu 37 euros, para 1.932 euros/m2;
- Apartamentos T3: avaliação cresceu 25 euros, para 1.667 euros/m2.

Moradias nunca foram tão caras para a banca
Tal como nos apartamentos, as moradias também atingiram um novo valor recorde para a banca. “O valor mediano da avaliação bancária das moradias foi de 1.301 euros/m2 em setembro, o que representa um acréscimo de 8,6% em relação ao mesmo mês do ano anterior”, revela o instituto. Foi na Região Autónoma da Madeira que o valor da avaliação mais aumentou num ano (14,6%) e a única descida foi registada no Alentejo (-2,3%).
Os valores mais elevados da avaliação bancária das moradias observaram-se na Grande Lisboa (2.455 euros/m2) e no Algarve (2.422 euros/m2). E o Alentejo e o Centro tiveram os valores mais baixos (1.001 euros/m2 e 1.016 euros/m2, respetivamente).
Face a agosto de 2023, o m2 das moradias passou a valer mais 0,3% para a banca, com a Península de Setúbal a revelar o maior crescimento (2,8%) e o Alentejo a descida mais acentuada (-2,6%).
No conjunto de moradias avaliadas pelos bancos, as tipologias T2, T3 e T4 dominam, mas nem todas saíram valorizadas no último mês:
- Moradias T2: valor mediano subiu 32 euros, para 1.333 euros/m2;
- Moradias T3: valor subiu 12 euros, para 1.278 euros/m2;
- Moradias T4: m2 ficou 15 euros mais barato, fixando-se em 1.345 euros/m2.
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