Taxa de juro continua em queda fixando-se em 3,180% em outubro para a totalidade dos créditos habitação, revela INE.
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Juros no crédito habitação
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As taxas de juro nos créditos habitação existentes em Portugal já estão em queda há mais de um ano e meio. Mas só em setembro é que os juros passaram a pesar menos de 50% nas prestações da casa. Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que, em outubro, os juros voltaram a cair para 3,180% e a representar menos de metade das prestações.

Considerando a totalidade de contratos de crédito habitação, “a taxa de juro implícita diminuiu para 3,180% em outubro, traduzindo uma descida de 4,8 pontos base (p.b.) face a setembro (3,228%)”, informa o INE. Desde o máximo atingido em janeiro de 2024 (4,657%), os juros já acumulam uma redução de 147,7 p.b.

Também para o destino de financiamento aquisição de habitação, “o mais relevante no conjunto do crédito habitação”, a taxa de juro implícita para o total dos contratos desceu para 3,179% (-4,7 p.b. face a setembro), lê-se ainda no boletim estatístico divulgado esta segunda-feira, dia 17 de novembro.

Esta descida dos juros pode ser explicada pelo facto de os contratos mais antigos estarem, sobretudo, indexados às taxas Euribor a 6 e 12 meses, que estão hoje mais baixas do que há seis meses e um ano, respetivamente. Além disso, nos contratos de crédito habitação realizados no último ano dominam as taxas mistas, com um período inicial de juros fixos e mais acessíveis.

Mas qual foi o efeito desta queda dos juros nas prestações da casa? Na verdade, a prestação média fixou-se em 394 euros em outubro, mais um euro que no mês anterior. Isto pode ser explicado pelo facto de a descida dos juros estar a ser contrabalançada pelo aumento do capital em dívida, que cresceu 684 euros no último mês para 74.180 euros.

Ainda assim, em outubro continua a observar-se uma mudança significativa que se iniciou em setembro: os juros voltaram a pesar menos de metade do valor total da prestação da casa (194 euros, 49,2%), passando o capital amortizado a ter maior expressão (200 euros, 50,8%). “Pelo segundo mês consecutivo, a componentes juros tem um peso inferior a 50%, algo que não se verificava desde abril de 2023”, destaca o INE, revelando ainda que a prestação da casa está 10 euros mais barata do que há um ano.

Novos créditos habitação: juros estão em 2,850% 

Nos contratos celebrados entre agosto e outubro, “a taxa de juro fixou-se em 2,850%, inferior em 2,3 p.b. à taxa observada no mês precedente [de 2,873%], correspondendo a uma diminuição acumulada de 153,0 p.b. desde o máximo atingido em outubro de 2023”.

Para o financiamento destinado à compra de casa, a taxa de juro nos novos contratos desceu 2,2 p.b. comparativamente com o mês anterior, para 2,850%.

Mas também nestes novos empréstimos as prestações da casa estão mais elevadas. “Nos contratos celebrados nos últimos três meses, o valor médio da prestação também subiu 1 euro, para 667 euros, o que corresponde a uma subida de 5,2% em termos homólogos”, refere o INE.

Estes dados voltam a sugerir que as descidas dos juros não têm compensado o montante médio em dívida que voltou a subir 1.832 euros em outubro face ao mês anterior para 165.593 euros. Este aumento da dívida aos bancos pode estar a ser influenciado não só pelos altos preços das casas, mas também pela garantia pública dos jovens que financia empréstimos a 100%.  

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