
O futuro presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) já está escolhido e reúne apoios à direita à esquerda, depois da tempestiva e curta passagem de António Domingues pela liderança do banco público. O senhor que se segue é Paulo Macedo, confirmando-se assim os rumores à volta do nome do antigo-ministro da Saúde do Governo PSD/CDS Passos Coelho.
E o Governo socialista de António Costa já "está a trabalhar com Paulo Macedo “na construção de uma nova equipa executiva para a CGD”, confirmou esta quinta-feira à Lusa fonte próxima do processo, frisando que assunto “está a ser liderado pelo ministro das Finanças”.
No centro de várias polémicas, António Domingues apresentou no domingo passado a demissão do cargo de presidente do conselho de administração da Caixa, mantendo-se em funções até ao fim do mês de dezembro.
Depois do mediático caso das declarações de rendimentos, que Domingues e outros membros da gestão se recusavam a cumprir, juntou-se uma nova polémica relacionada com a suspeita de o banqueiro ter informação privilegiada sobre a CGD quando participou em três reuniões com a Comissão Europeia para debater a recapitalização do banco público, quando ainda era vice-presidente do BPI (banco privado onde esteve quase 30 anos, contra os cerca de três meses agora no lado do Estado).
Antes de iniciar funções, já a nova administração de Domingues estava envolta em controvérsia, nomeadamente, devido à escolha dos membros da sua equipa, bem aos valores da remuneração.
Quem é Paulo Macedo?
O Governo promete agora que “muito brevemente, será designada, para apreciação por parte do Single Supervisory Mechanism, do Banco Central Europeu (BCE), uma personalidade para o exercício de funções como Presidente do Conselho de Administração da CGD, que dê continuidade aos planos de negócios e de recapitalização já aprovados”. Ou seja, Paulo Macedo.
O ex-administrador do BCP, ex-diretor-geral dos Impostos e ex-ministro da Saúde era um dos nomes fortes para o Banco de Portugal antes de rebentar todo o escândalo da CGD e começar a ser considerado para o posto que agora aceitou assumir.
Macedo, que agora vai ganhar 423 mil euros por ano, mais prémios como presidente da Caixa, tem um de facto um passado diversificado. Com 53 anos, e um longo percurso na banca, além de gestor público e ministro, também passou pelo mundo académico e foi membro do Conselho de Supervisão da Euronext, operadora que gere a bolsa lisboeta.
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