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Boas notícias para os mais de dois mil lesados do papel comercial do BES. Os investidores vão, afinal, poder recuperar até 75% do capital aplicado no produto do antigo banco liderado por Ricardo Salgado. A garantia foi dada pelo advogado Nuno Vieira, que representa a maioria dos lesados, após uma reunião esta segunda-feira com representantes da CMVM, Banco de Portugal, BES, Governo, Associação de Lesados e advogados.

"Posso dizer que a solução prevê a criação de um fundo, um veículo que vai agregar todos os direitos jurídicos das pessoas, e que vai nos próximos anos vai tentar recuperar todo o dinheiro dos lesados nos tribunais. Esse fundo vai adiantar desde já uma parte do valor a todos os grupos de investidores não qualificados de papel comercial", disse à Lusa, Nuno Viera.

Segundo o representante da maioria dos lesados, "uma pessoa que tem 100 mil euros perdidos vai recuperar 75 por cento a curto prazo, ficando os restantes 25 por cento à responsabilidade do fundo para recuperação judicial", frisou o advogado.

Bomba do mundo financeiro rebentou na agenda política

O problema dos dois mil clientes de retalho que perderam 432 milhões de euros investidos em papel comercial das empresas Espírito Santo International e Rioforte, segundo explica a agência de notícias, deixou de ser apenas um processo financeiro e judicial para ganhar uma importante dimensão política nos últimos anos.

No início de 2014, quando se começou a perceber a dimensão da falsificação de contas no BES/GES, o Banco de Portugal obrigou à constituição de uma provisão de 600 milhões de euros para reembolsar os clientes do papel comercial.

No entanto, recorda ainda a Lusa, essa provisão nunca chegou a cumprir a sua função. Com a resolução do banco, em agosto de 2014, e posterior falência do grupo, houve um debate entre o Banco de Portugal e a CMVM sobre se o Novo Banco deveria ou não reembolsar os detentores destes títulos de dívida.

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