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O fundo norte-americano Lone Star foi escolhido pelo Banco de Portugal para negociar diretamente a compra do Novo Banco, por apresentar a melhor oferta, ainda que esta apresente riscos para as contas públicas. As propostas dos outros dois candidatos (o consórcio Apollo/Centerbridge e o grupo China Minsheng Financial) não foram excluídas e podem ainda ser melhoradas. Já o BPI e o BCP que também entraram na corrida pelo Novo Banco não apresentaram propostas firmes e ficaram fora do processo final.

"O Banco de Portugal, no cumprimento do seu mandato relativamente ao processo de venda do Novo Banco, concluiu com base nos elementos disponíveis nesta data que o potencial investidor Lone Star é a entidade mais bem colocada para finalizar com sucesso o processo negocial tendente à aquisição das ações do Novo Banco e decidiu convidá-lo para um aprofundamento das negociações", refere um comunicado da entidade liderada por Carlos Costa.

Depois de os chineses do Minsheng terem sido afastados da pódio da melhor oferta devido a dificuldades financeiras, o processo de negociações arranca agora então entre o Banco de Portugal e a Lone Star - que apresenta a proposta"que mais assegura" a "estabilidade do sistema financeiro e o reforço da confiança no futuro do Novo Banco" -  mas a palavra final caberá ao Governo. 

Escolhendo a oferta do fundo de investimento norte-americano, o Banco de Portugal reconhece, porém, que esta "apresenta condicionantes, nomeadamente um potencial impacto nas contas públicas, que se procurarão minimizar ou remover no aprofundamento das negociações que agora se inicia".

Em causa estão garantias públicas, que o Executivo de António Costa não estará disponível para conceder, tendo em conta as declarações recentes do ministro das Finanças, Mário Centeno.

A tarefa do Banco de Portugal, segundo o Jornal de Negócios, passa agora por convencer este fundo norte-americano a prescindir da existência de um aval do estado, uma condição que a Apollo também terá colocado em cima da mesa.

As três propostas pelo Novo Banco

LONE STAR

O fundo norte-americano, que já investiu 700 milhões em negócios imobiliários em Portugal (pagou 500 milhões por quatro centros comerciais Dolce Vita e 200 milhões pelo "resort" de Vilamoura), está disponível para mobilizar 1.500 milhões para ficar com o Novo Banco.

Metade deste valor é o preço que a Lone Star oferece para adquirir 100% da instituição. Além disso, a gestora liderada por John Grayken compromete-se a injetar outros 750 milhões no reforço de solidez do Novo Banco.

A oferta prevê ainda a criação de um veículo para gerir os activos não rentáveis, que beneficie de uma garantia estatal, mas com receitas asseguradas.

APOLLO GLOBAL MANAGEMENT

Ainda que não sejam públicos os detalhes da proposta final deste consórcio, o Jornal de Negócios escreve que os esforços da Apollo/Centerbridge pretendem igualar, se não mesmo superar, a proposta do rival norte-americano. No entanto, há um aspeto em que esta aliança se pretende diferenciar e que passa pela possível inclusão de investidores portugueses na sua solução para o Novo Banco, através de uma parceria com o grupo Violas Ferreira.

CHINA MINSHENG FINANCIAL HOLDING

Os chineses apresentaram uma proposta firme que foi considerada a mais interessante. O China Minsheng propôs-se comprar a maioria da instituição por 600 milhões de euros, injectar 150 milhões num aumento de capital e, a prazo, pagar mais 150 milhões para ficar com a totalidade do banco. No entanto, tal como recorda o diário, o grupo nunca chegou a prestar as garantias financeiras exigidas pelo Banco de Portugal, acabando fora da corrida.

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