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Juros da dívida superam 4% e abrem a porta a novo rating de lixo
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Portugal está em risco de voltar a ter um rating de lixo. Esta quinta-feira, os juros da dívida portuguesa ultrapassaram os 4% no prazo a 10 anos, entrando no patamar mais elevado desde fevereiro de 2016. E, mais preocupante, excedendo o nível que a agência de notação financeira DBRS - a que permite Portugal conitnuar a comprar dívida do Banco Central Europeu (BCE) - começa a considerar baixar o rating da dívida portuguesa para lixo.

O valor registado ontem não tem a ver com custos efetivos de financiamento do Estado — são, apenas, os juros que os investidores exigem, uns aos outros, para comprar dívida portuguesa. Mas, tal como explica o Observador, são um indicador de quanto Portugal teria de pagar para se financiar caso decidisse ir ao mercado (e terá de o fazer, porque é necessário emitir 16 mil milhões de euros em dívida de longo prazo em 2017) e são, também, um indicador de que poderia mesmo ser difícil atrair investidores.

Além disso, acrescenta o jornal, o nível dos 4% tem um simbolismo acrescido porque na última decisão da agência DBRS, em outubro, avisou que poderia ter de rever o rating se houvesse um período prolongado de aumento dos juros de Portugal. 

E o rating da DBRS é decisivo porque é desse rating que Portugal se vale para poder beneficiar das compras de dívida por parte do BCE e para financiar os bancos. Todos os ratings das outras agências estão em lixo (em rigor, nível especulativo, de alto risco) pelo que não servem para garantir o financiamento ao Estado e aos bancos (que podem usar dívida portuguesa como garantia da liquidez que recebem do banco central).

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