Henrique Granadeiro e Zeinal Bava receberam mais de 48 milhões de euros do Grupo Espírito Santo (GES). Os dois antigos administradores da PT chegaram a receber mais que uma transferência – com origem no GES – no mesmo dia, sendo que o dinheiro era depositado em Singapura, no caso de Bava, e na Suíça, no caso de Granadeiro.
Segundo a Visão, que teve acesso ao interrogatório de Ricardo Salgado – foi ouvido pelas autoridades dia 18 de janeiro deste ano –, foi em julho de 2007 que o ex-presidente do BES fez chegar milhões às mãos dos administradores da PT: foram depositados 6,5 milhões de euros a Henrique Granadeiro numa conta na Suíça e, cinco meses depois, 6,7 milhões a Zeinal Bava numa conta em Singapura. Nos anos seguintes as transferências terão continuado.
No interrogatório, Ricardo Salgado justificou as transferências para Granadeiro como pagamento de favores antigos, quando a família investiu num negócio de cerâmicas mal sucedido. Depois, disse que aquele dinheiro era para pagar a aquisição de parte de uma quinta do gestor da PT. Mas o contrato nunca chegou a ser redigido, escreve o Expresso, que se apoia na notícia avançada pela Visão.
No caso de Zeinal Bava, o ex-líder do BES designou como “garantia judiciária” os mais de 18 milhões de euros transferidos em 2011. Sobre a transferência de 2007, Ricardo Salgado não a soube justificar – nem Bava admitiu tê-la recebido.
A publicação escreve ainda que o Ministério Público (MP) descobriu que tinham sido desviados da Espírito Santo Enterprise 7,75 milhões de euros para uma conta offshore que pertencia a Ricardo Salgado. Para o procurador Rosário Teixeira, o banqueiro tirou proveitos dos negócios com a PT e escondeu os valores das declarações de rendimentos.
No caso de José Sócrates, pelas alegadas interferências políticas nos negócios da PT, o então primeiro-ministro terá recebido cerca de 22 milhões de euros. A primeira transferência terá acontecido em abril de 2006.
Tudo sobre os alegados beneficiários do “saco azul” do GES
Carlos Santos Silva – na ótica do Ministério Público (mp) significa dizer José Sócrates –, Zeinal Bava, Isabel Almeida, António Soares, Ricardo Salgado e os restantes quatro líderes dos clãs da família Espírito Santo são os alegados beneficiários de pagamentos do “saco azul” já conhecidos. Mas há ainda 18 altos funcionários do BES que recebiam pagamentos regulares.
Caso do papel comercial do BES: lesados podem recuperar até 75% das perdas
Boas notícias para os mais de dois mil lesados do papel comercial do BES. Os investidores vão, afinal, poder recuperar até 75% do capital aplicado no produto do antigo banco liderado por Ricardo Salgado. A garantia foi dada pelo advogado Nuno Vieira, que representa a maioria dos lesados, após uma reunião esta segunda-feira com representantes da CMVM, Banco de Portugal, BES, Governo, Associação de Lesados e advogados.
Zeinal Bava e outros três gestores acusados pela CMVM de mentir ao mercado
Zeinal Bava, Henrique Granadeiro, Luís Pacheco de Melo e Amílcar Morais Pires, antigos membros da cúpula de gestão da Portugal Telecom (PT) e do BES, foram constituídos arguidos no âmbito de um processo de contraordenação da polícia do mercado de capitais, relacionado com o Grupo Espírito Santo (GES).
Polémica do GES empurra Zeinal Bava para fora da presidência da Oi
Zeinal Bava renunciou ao cargo de presidente executivo da Oi. A empresa brasileira, que está a atravessar um processo de fusão com a PT, comunicou esta terça-feira ao mercado que designou Bayard De Paoli Gontijo para acumular as suas funções de administrador financeiro com presidência executiva, até à escolha de um sucessor de Bava.
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