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O presidente da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG), António Tomás Correia, disse que levará até ao fim o mandato para o qual foi eleito, a não ser que seja considerado culpado. Em causa está o facto do Banco de Portugal (BdP) o ter acusado, assim como a outros oito ex-gestores do Montepio, de ter financiado o GES numa altura em que o BES já apresentava dificuldades financeiras em 2014.

Se alguma vez se colocar a possibilidade de transitar em julgado algo a meu desfavor, em qualquer tribunal, por quaisquer atos ilícitos, abdicarei do exercício das minhas funções”, refere Tomás Correia em comunicado, acrescentando estar “profundamente convicto e seguro de que isso não vai acontecer”.

Segundo o Eco, que se apoia no documento, Tomás Correia diz estar “tranquilo relativamente ao desfecho destas, e de outras acusações” que lhe foram dirigidas. “Não é difícil contextualizar as notícias num momento em que se questiona a separação da Caixa Económica do património que pertence aos Associados da Associação Mutualista (...). É precisamente para nos batermos contra esse tipo de correntes, que em nada favorecem o bom nome do Montepio e dos trabalhadores e gestores que aqui trabalham, que levarei até ao fim o mandato que me foi confiado, ao serviço de todos os Associados do Montepio”, adiantou.

O BdP acusa os gestores de violação de concessão de crédito e de irregularidades a nível de controlo interno. Mas também da infração a normas e limites no financiamento a partes relacionadas. Em sua defesa, a Associação Mutualista escreve que, “uma vez que se trata de matéria sujeita a sigilo, não é possível publicamente contrapor as matérias de facto da acusação, reduzindo o devido espaço para esclarecimento”. As coimas, essas, podem chegar aos quatro mil milhões de euros, escreve a publicação.

Na investigação que fez, o BdP concluiu que a administração liderada por António Tomás Correia não cumpriu as boas regras de análise de crédito nem as normas internas. Tomás Correia terá aprovado duas operações de financiamento ao GES durante este período, uma decisão que acabou por custar 140 milhões de euros em imparidades reconhecidas nesse ano pela Caixa Económica Montepio Geral.

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