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A maioria dos clientes da Caixa Geral de Depósito (CGD) vai perder as isenções que tinha. O banco do Estado decidiu mudar as condições das contas depósito à ordem e vai obrigar a pagar os clientes com domiciliação de rendimentos (vencimentos ou outros), ou com património financeiro acima de cinco mil euros, a pagar comissões de manutenção dessas contas ou a utilizar cartão de multibanco e de crédito, levando a outros custos.

O Público noticia que a perda da isenção daquela comissão implica, para reformados e para os outros, mesmo para os clientes com conta ordenado, o pagamento de 4,95 euros (mais imposto de selo) por mês (59,40 euros ao ano) ou, em alternativa, passar a pagar a recém-criada conta Caixa, na versão S, M, L. Dependendo do número de produtos que cada cliente precisa (cartões ou transferências), o custo actual da nova conta pode ser menor.

"Neste segmento, só os clientes com mais de 65 anos e pensão ou reforma inferior a 835,50 euros continuarão a não pagar pela conta à ordem. Clientes com pensões pequenas, como de invalidez, ou que recorreram à pré-reforma, passam a pagar", explica o jornal.

Em declarações à agência Lusa, Luís Janeiro, da direção da ABESD, classificou a medida de injusta, salientando que "não são os clientes que têm de responder pelo problema de rentabilidade da banca".

"Não são os clientes que têm de responder (...) e a única razão porque agora são taxados é porque a banca acha que não tem a rentabilidade que deveria ter. É altamente injusto que as pessoas metam dinheiro nos bancos e depois tenham de pagar a falta de rentabilização", disse.

No entender de Luís Janeiro, os bancos têm a obrigação de rentabilizar com segurança o dinheiro dos clientes e não o fizeram durante décadas.

"Mesmo quando tinham rentabilidade não repartiam. Agora dizem que não têm rentabilidade, mas os clientes não podem suportar isso a não ser que a gente queira uma sociedade onde as pessoas voltem a pôr o dinheiro debaixo do colchão", explicou.

O Banco de Portugal indica que "de acordo com as normas em vigor, as instituições de crédito são livres de fixar o preço dos seus produtos e serviços" e que "a restrição a esta liberdade é uma competência reservada ao legislador".

No dia 20 de junho, o presidente da CGD, Paulo Macedo, justificou o aumento das comissões bancárias cobradas aos clientes com a necessidade de o banco público voltar aos lucros, após sete anos seguidos de prejuízos. A Caixa está aagora a contactar os clientes para os informar do novo preçário.

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