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Vais investir em moedas virtuais? Há seis riscos que deves ter em conta...
GTRES

Os reguladores portugueses voltaram a alertar os consumidores para os riscos da compra de moedas virtuais. O Conselho Nacional de Supervisores Financeiros (CNSF) identificou os seis principais riscos a ter em conta na hora de transacionar, deter ou participar em emissões de moedas virtuais. Mostramos-te quais são.

Enorme volatilidade: o CNSF lembra que a maior parte das moedas virtuais está sujeita a “uma enorme volatilidade”. “O valor da bitcoin aumentou acentuadamente em 2017, de cerca de 1.000 euros em janeiro para acima de 16.000 euros em dezembro”, mas desceu “para cerca de 5.000 euros em 2018”. Quer isto dizer que os investidores deverão “ter em conta que poderão perder grande parte ou a totalidade do capital investido”.

Ausência de proteção: os reguladores avisam que estes ativos, assim como as plataformas de negociação, “não são generalizadamente reguladas nem supervisionadas”. Isto é, “os consumidores não beneficiam” de proteção das autoridades. Além disso, a maioria dos agentes que comercializam criptomoedas “não se encontram sediados em Portugal”, pelo que a resolução de eventuais conflitos foge à “competência das autoridades nacionais”.

Falta de transparência:  o CNSF afirma que “a formação de preços nas moedas virtuais não é frequentemente transparente”. Existe, por isso, “um grande risco de os consumidores não receberem um preço justo e fiável na aquisição ou venda” de criptomoedas.

Informação insuficiente: “A informação disponibilizada aos consumidores pode ser inexata, incompleta, pouco clara ou não esclarecedora”, explica o CNSF. A entidade considera que os consumidores não são devidamente informados de “todos os riscos” a que estão expostos.

Risco de fraude: a entidade fala de um “potencial elevado de abuso, de fraude e de manipulação do mercado”, e avisa para os “erros” que podem existir no código do protocolo de cada criptomoeda, que “podem ser explorados por terceiros”.

Inadequação das moedas virtuais para a maioria dos fins: a elevada volatilidade das moedas virtuais, a incerteza quanto ao seu futuro e a falta de enquadramento regulatório das plataformas de negociação torna as moedas virtuais inadequadas para a maior parte dos consumidores, “incluindo os investidores de curto prazo e, especialmente, os investidores com metas financeiras de longo prazo, como a poupança para a reforma”, remata a entidade.

O que é o CNSF?

É constituído pelo Banco de Portugal (BdP), pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), entidades que supervisionam o sistema financeiro português. Decidiram enviar este alerta ao mercado, visto que nos últimos meses têm surgido "diversas plataformas de negociação de moedas virtuais”, como a bitcoin, o Ether e Ripple.

“Em algumas destas plataformas, as informações disponibilizadas são incompletas, enfatizando os benefícios potenciais e omitindo os riscos. A linguagem utilizada é geralmente muito técnica e, por vezes, pouco clara, não sendo transparente para o utilizador a natureza dos riscos efetivamente assumidos”, indica o CNSF.

BdP, CMVM e ASF mostram-se preocupados com o grande número de consumidores a adquirirem moedas virtuais “na expetativa de que o seu valor continue a crescer sem estarem cientes dos riscos envolvidos”.

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