
Chegou aquela que é uma das sextas-feiras mais aguardadas do ano. Para uns é sinónimo de consumismo e para outros é uma oportunidade para fazer compras a preços de saldo. Falamos da Black Friday, uma tradição que parece ter “aterrado” em Portugal para ficar. E a verdade é que há descontos para “todos os gostos” e que abrangem várias áreas, como por exemplo a banca e o setor automóvel.
Tal como aconteceu no ano passado, alguns dos principais bancos nacionais aderiram à Black Friday, pelo que os portugueses podem vir a ter, nos próximos dias, algumas vantagens financeiras. Segundo o Jornal de Negócios, o Santander Totta, por exemplo, apresenta vantagens aos seus clientes até segunda-feira (26 de novembro), um dia que é conhecido como a Cyber Monday. As soluções em causa só estão disponíveis nos canais digitais, ou seja, no “homebanking” ou na app.
Os clientes que aderirem à conta 1,2,3 terão um desconto de 50% na comissão mensal nos primeiros seis meses e podem também ter acesso a um desconto de 50% na taxa de juro no pagamento a prestações das compras feitas neste período. Este é um dos cinco descontos que a instituição está a fazer nesta época.
Também o BPI também apresenta ofertas alusivas à Black Friday aos seus clientes. O banco quer chegar aos consumidores que queiram recorrer ao crédito pessoal para antecipar as compras de Natal, entre 15 e 30 de novembro, pelo terão uma TAEG a partir de 0,7%, escreve a publicação.
Já o BCP aposta, até domingo (25 de novembro), na oferta de uma taxa de juro promocional no crédito pessoal online de 6,9% (que compara com os 7,9% aplicados habitualmente). Exclusivamente na Black Friday, a entidade apresenta um depósito a 30 dias, com um montante mínimo de constituição de 500 euros e uma remuneração de 0,5%.
Poupa (muitos) euros num carro
Algumas marcas automóveis não estão a passar ao lado da sexta-feira negra dos descontos. A Peugeot, por exemplo, faz descontos com incidência na loja de artigos lifesytle, como a Trottinette e-Kick por 249 euros, escreve o Motor 24.
De acordo com a publicação, também aderem à Black Friday marcas como Volkswagen, Citroën – o C3, C3 Aircross e C4 Cactus, por exemplo, têm retoma que pode ir até aos 6.500 euros –, Hyundai, Suzuki, Ford, SEAT, Nissan, BMW e Renault. Algumas destas insígnias disponibilizam ofertas até final do ano e não exclusivamente para a Black Friday.
Portugueses gastam quatro milhões...
“Rolam” milhares de euros na Black Friday. Se se repetir (ou superar) o que aconteceu em 2017, hoje será o segundo dia do ano com maior número de compras, sendo apenas ultrapassado pelo dia 24 de dezembro, véspera da véspera de Natal.
Segundo o Jornal de Notícias, que se apoia em dados do SIBS, os portugueses gastaram mais de quatro milhões de euros em lojas físicas no dia 24 de novembro de 2017. É um valor semelhante que deve ser gasto na sexta-feira negra deste ano.
Black Friday tem impacto negativo no retalho, diz Moody’s
Mas será que a Black Friday tem um impacto positivo no setor europeu de retalho? Para a agência de “rating” Moody’s a resposta é não, já que leva frequentemente a uma antecipação das compras natalícias com margens mais reduzidas para os comerciantes.
“A Black Friday leva, em muitos casos, a uma antecipação das compras de Natal, muitas vezes com margens mais baixas, e é por isso negativa para o setor europeu de retalho em geral e raramente positiva para as empresas individualmente”, disse o vice-presidente e senior credit officer da Moody’s, numa nota da entidade, citada pela Lusa.
Segundo David Beadle, os retalhistas mais astutos que optaram por aderir à Black Friday vão fazê-lo “com uma estratégia bem pensada, que inclui compras feitas especificamente para proteger as margens”.
Já outros “decidiram que a sua rentabilidade global e o valor das respetivas marcas ficam melhor protegidas não aderindo”. “A seu tempo, acreditamos que este evento será cada vez mais circunscrito aos equipamentos elétricos/eletrónicos e que os consumidores acabarão por perceber que as verdadeiras pechinchas são raras”, refere a agência de notação financeira.
Deco alerta para manipulação de preços
Um alerta, de resto, dado vezes sem conta pela Deco – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor, que voltou hoje a alertar para a eventual manipulação de preços na Black Friday e para a existência de práticas comerciais lesivas para os consumidores.
Num comunicado intitulado “Deco quer descontos e promoções reais”, a associação reitera que se assiste, por vezes, a aumentos em vésperas de épocas de promoções ou saldos. “Esta manipulação de preços não é generalizada, mas põe em xeque a Lei dos Saldos e das Promoções e a Lei das Práticas Comerciais Desleais, pois leva o consumidor a acreditar que está a comprar com um desconto real, quando, na verdade, não está”, lê-se no documento.
Nesse sentido, enquanto não são implementadas algumas das medidas propostas pela associação, como por exemplo a divulgação dos preços praticados nos 30 dias anteriores ao desconto ou promoção anunciado, “e para garantir que os consumidores fazem bons negócios”, a Deco aconselha as pessoas a compararem os preços dos produtos que pretendem comprar antes de o fazerem. Para tal disponibiliza no seu site uma ferramenta de comparação e evolução de preços.
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