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Trabalhar até aos 69 anos: a tábua de salvação das futuras pensões? Corte é garantido
Cristina Gottardi on Unsplash

As pensões da Caixa Geral de Aposentações (CGA) vão sofrer um corte nos próximos anos, devendo chegar a 2040 com um valor próximo de dois terços do último salário. Em vinte anos, espera-se que o valor médio de todas as pensões em Portugal caia 36% para 829 euros, ou seja, descerá de 88% do último salário para 69% - na Segurança Social a taxa deverá cair para os 65%. Trabalhar até aos 69 anos poderá ser a única forma de salvar as pensões no futuro.

Em causa estão as conclusões do estudo “Sustentabilidade financeira e social do sistema de pensões português”, promovido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, discutido e apresentado esta sexta-feira, 12 de abril de 2019. Os resultados apontam para que as pensões da CGA vão cair, descendo de 88% do último salário para 69% em 2040, em termos brutos, e que na Segurança Social as pensões a atribuir em 2020 serão já de apenas 65% do último vencimento.

Segundo o coordenador do estudo, Amílcar Moreira, citado pelo Negócios, esta redução explica-se com as alterações à fórmula de cálculo (mais desfavoráveis para os novos pensionistas), mas também porque sairão deste sistema fechado pessoas mais velhas com pensões avultadas.

Reforma aos 69 anos?

O número de pensionistas deverá crescer de 2,7 milhões em 2020 para 3,3 milhões até 2045. Se a população ativa a recuar 37% até 2070, e o número de pensionistas a subir 22% até 2045, “é de esperar que este regime comece a registar défices crónicos”, refere ainda o relatório, citado pela Lusa.

Uma das medidas que os autores do estudo sugerem para combater esta crise é aumentar da idade da reforma para os 69 anos, evitando a necessidade de se financiar o sistema com recurso a transferências do Orçamento do Estado (OE). De entre os cenários de reforma considerados, o aumento da idade da reforma é aquele “que parece oferecer um maior potencial para melhorar a sustentabilidade financeira”, dizem.

Segundo os especialistas, o aumento na idade de reforma “permitiria adiar o aparecimento de défices crónicos” para além de 2070.

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