Há várias formas de poupar para a reforma. Entre as mais conhecidas estão o Certificados de Reforma e os Planos Poupança Reforma (PPR). Ambos permitem acumular poupança de forma regular, com descontos adicionais de pequenos montantes. Qual é a melhor opção? Mostramos-te as principais diferenças entre ambos os produtos, para que seja mais fácil avaliar aquele que melhor se enquadra às tuas necessidades.
A análise de cada um dos produtos, feita pela Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco):
PPR | Certificados de Reforma | |
Local de subscrição | Seguradoras, bancos e sociedades gestoras de fundos | Segurança Social |
Entregas | Programadas ou não, com montantes mínimos que variam segundo a gestora | Mensais segundo uma percentagem fixa do salário médio mensal (2%, 4% ou 6%) |
Benefício fiscal | 20% do montante aplicado até 400 euros (menos de 35 anos); 350 euros (35 a 50 anos); 300 euros (mais de 50 anos) | 20% do montante aplicado até 400 euros (menos de 35 anos); 350 euros (35 a 50 anos); 300 euros (mais de 50 anos) |
Perfil de risco | Há dezenas, com estratégias de investimento diferentes | Fundo único para todos os investidores |
Comissões | Subscrição, entrega, gestão, depósito, resgate e transferência | Não tem |
Penalização por falta de entrega | Não há | Despesas de procedimento e administrativas |
Capital garantido | Nos PPR que têm a forma de seguro e alguns fundos | Não tem |
Rentabilidade garantida | Nos PPR que têm a forma de seguro | Não tem |
Resgate | Quando quiseres, mas sofres penalizações se o fizeres fora das condições previstas na lei, tendo de devolver o benefício fiscal acrescido de 10% por cada ano | Apenas na reforma ou invalidez total |
Transferências | Quando quiseres, para outro PPR ou entidade diferente. Não há comissão de transferência, exceto nos PPR com garantia de capital (0,5%) | Não são permitidas porque é o capital é gerido pelo Instituto de Gestão de Fundos de Capitalização da Segurança Social |
O veredicto
Até ao ano passado, os Certificados de Reforma “estavam um pouco adormecidos, mas o Governo aprovou um decreto-lei que permite às empresas pagarem as contribuições em nome dos trabalhadores. Alargou ainda a possibilidade de adesão às pessoas abrangidas pelo Regime de Seguro Social Voluntário, como bolseiros de investigação, desportistas de alto rendimento ou estagiários profissionais. O objetivo é tornar este fundo mais atrativo", pode lê-se análise disponibilizada pela Deco.
Mais explica a associação que em 2018 este fundo registou uma perda de 1,4% brutos, mas nos últimos cinco anos obteve uma rentabilidade bruta média de 2,8% ao ano. Já os fundos PPR perderam, em média, 5,3% no ano passado, tendo um ganho médio de 0,8% ao ano nos últimos cinco.
Os Certificados de Reforma não têm comissões, mas apresentam outras desvantagens, segundo a Deco:
- Não têm qualquer liquidez. Ou seja, o acesso ao capital só pode ser feito na altura da reforma;
- Não é possível transferir o montante aplicado para nenhum outro produto, nem mesmo para um PPR;
- É um fundo único. Por isso, não é possível adequar a carteira ao risco de cada investidor:
- Não tem rendimento mínimo nem garantia de capital.
A associação prefere os PPR no planeamento da reforma, apesar de 2018 não ter sido um bom ano, uma vez que o “se o capital acumulado sofrer uma perda devido às variações dos mercados, isso pode afetar bastante a carteira de investimentos do fundo”.
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