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Certificados de Reforma ou PPR: qual é a melhor solução?
Christian Langballe/Unsplash

Há várias formas de poupar para a reforma. Entre as mais conhecidas estão o Certificados de Reforma e os Planos Poupança Reforma (PPR). Ambos permitem acumular poupança de forma regular, com descontos adicionais de pequenos montantes. Qual é a melhor opção? Mostramos-te as principais diferenças entre ambos os produtos, para que seja mais fácil avaliar aquele que melhor se enquadra às tuas necessidades.

A análise de cada um dos produtos, feita pela Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco):

 PPRCertificados de Reforma
Local de subscriçãoSeguradoras, bancos e sociedades gestoras de fundosSegurança Social
EntregasProgramadas ou não, com montantes mínimos que variam segundo a gestoraMensais segundo uma percentagem fixa do salário médio mensal (2%, 4% ou 6%)
Benefício fiscal20% do montante aplicado até 400 euros (menos de 35 anos); 350 euros (35 a 50 anos); 300 euros (mais de 50 anos)20% do montante aplicado até 400 euros (menos de 35 anos); 350 euros (35 a 50 anos); 300 euros (mais de 50 anos)
Perfil de riscoHá dezenas, com estratégias de investimento diferentesFundo único para todos os investidores
ComissõesSubscrição, entrega, gestão, depósito, resgate e transferênciaNão tem
Penalização por falta de entregaNão háDespesas de procedimento e administrativas
Capital garantidoNos PPR que têm a forma de seguro e alguns fundosNão tem
Rentabilidade garantidaNos PPR que têm a forma de seguro Não tem
ResgateQuando quiseres, mas sofres penalizações se o fizeres fora das condições previstas na lei, tendo de devolver o benefício fiscal acrescido de 10% por cada anoApenas na reforma ou invalidez total
TransferênciasQuando quiseres, para outro PPR ou entidade diferente. Não há comissão de transferência, exceto nos PPR com garantia de capital (0,5%)Não são permitidas porque é o capital é gerido pelo Instituto de Gestão de Fundos de Capitalização da Segurança Social


O veredicto

Até ao ano passado, os Certificados de Reforma “estavam um pouco adormecidos, mas o Governo aprovou um decreto-lei que permite às empresas pagarem as contribuições em nome dos trabalhadores. Alargou ainda a possibilidade de adesão às pessoas abrangidas pelo Regime de Seguro Social Voluntário, como bolseiros de investigação, desportistas de alto rendimento ou estagiários profissionais. O objetivo é tornar este fundo mais atrativo", pode lê-se análise disponibilizada pela Deco. 

Mais explica a associação que em 2018 este fundo registou uma perda de 1,4% brutos, mas nos últimos cinco anos obteve uma rentabilidade bruta média de 2,8% ao ano. Já os fundos PPR perderam, em média, 5,3% no ano passado, tendo um ganho médio de 0,8% ao ano nos últimos cinco.

Os Certificados de Reforma não têm comissões, mas apresentam outras desvantagens, segundo a Deco:

  • Não têm qualquer liquidez. Ou seja, o acesso ao capital só pode ser feito na altura da reforma;
  • Não é possível transferir o montante aplicado para nenhum outro produto, nem mesmo para um PPR;
  • É um fundo único. Por isso, não é possível adequar a carteira ao risco de cada investidor:
  • Não tem rendimento mínimo nem garantia de capital.

A associação prefere os PPR no planeamento da reforma, apesar de 2018 não ter sido um bom ano, uma vez que o “se o capital acumulado sofrer uma perda devido às variações dos mercados, isso pode afetar bastante a carteira de investimentos do fundo”.

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