
A greve nacional dos motoristas de matérias perigosas está a deixar Portugal na "reserva" – a corrida às bombas continua e já há 3.000 postos sem combustível. Hospitais, bases aéreas, bombeiros, portos e aeroportos serão abastecidos como se não existisse greve – que vai continuar com serviços mínimos –, mas o combustível só será reposto em postos de abastecimento em Lisboa e Porto. O resto do país vai ficar, para já, “à seca”.
Este é o resultado das negociações do Governo com a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) e o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), que convocou a greve por tempo indeterminado, reivindicando o reconhecimento da categoria profissional específica.
O encontro desta terça-feira à noite (16 de abril de 2019) – aconteceu depois do Governo ter declarado a “situação de crise energética” – serviu para definir os termos dos serviços mínimos, mas a greve é para prosseguir.
Quais são os serviços mínimos?
De acordo com o despacho que declara a situação de alerta para o período compreendido entre o dia 16 de abril e o dia 21 de abril, os serviços mínimos garantem o abastecimento normal de combustíveis aos hospitais, bases aéreas, bombeiros, portos e aeroportos como se não houvesse greve.
Estão igualmente abrangidas 30% das operações no transporte de granel, brancos e gás embalado, assim como o transporte de cargas necessárias nas refinarias e parques, na CLT e na CLC (Companhia Logística de Combustíveis), “nos casos em que a acumulação de stocks de produtos refinados imponha o funcionamento das unidades em regimes abaixo dos respetivos mínimos técnicos”, escreve a Lusa.
Os serviços mínimos incluem ainda o transporte “estritamente indispensável às restantes unidades e instalações dos sistemas industriais das áreas de Sines e de Matosinhos associados às refinarias da Petrogal”, de forma a “garantir o funcionamento estável das unidades à carga mínima” e evitar riscos para a segurança dos equipamentos e instalações e impactos ambientais.
Para garantir as operações abrangidas nestes serviços mínimos, o despacho declara a situação de alerta até às 23h59 do dia 21 de abril para todo o país.
Caos instalado: corrida às bombas continua
O idealista/news comprovou a falta de combustíveis e longas filas de espera em várias gasolineiras na zona de Cascais e zona norte de Lisboa (Loures e Alverca). Desde a tarde desta terça-feira que o pânico dos consumidores está a motivar uma corrida às bombas de gasolina para tentar encher o depósito. As filas de espera são intermináveis e já há vários postos de abastecimentos encerrados no país.

Os serviços mínimos decretados por causa da greve dos motoristas de matérias perigosas abrangem 40% das operações normais de abastecimento de combustíveis aos postos da Grande Lisboa e Porto, mas há muitas zonas do país a ficar com as reservas secas.
Quase 3.000 postos sem combustível
Já há quase 3.000 postos de abastecimento com falta de combustível em todo o país. O número é avançado pela base de dados da plataforma Voluntários Digitais em Situações de Emergência (VOST Portugal), que apresenta as estações de serviço onde está esgotado gasóleo, gasolina ou ambos.
Estes dados não são oficiais, baseiam-se em informações fornecidas por voluntários e não estão confirmados. A atualização é feita através do site janaodaparaabastecer.vost.pt,onde é possível pesquisar a lista de bombas por localidade.
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