É preciso acelerar o reforço da 3.ª dose da vacina e de algumas medidas de segurança, como a utilização da máscara e a ventilação dos espaços.
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Dicas dos especialistas para manter a Covid-19 longe
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A quinta vaga da pandemia parece já ter chegado, também, a Portugal, que nas últimas semanas voltou a registar aumentos no número de infeções por Covid-19. Apesar de já se discutirem os próximos passos para evitar uma subida dos novos casos no Natal, o Governo diz estar convencido de que não serão necessários novos confinamentos nem "cenários radicais" como está a acontecer noutros países (como Alemanha e Áustria) para conter a evolução da pandemia. Ainda assim, os especialistas deixam alertas.

Peritos ouvidos pelo jornal ECO consideram que, para travar a escalada de casos até ao Natal, é preciso acelerar o reforço da 3.ª dose da vacina e de algumas medidas de segurança, como a utilização da máscara e a ventilação dos espaços – principalmente agora, numa época de temperaturas baixas e propícia a convívios alargados em ambientes fechados.

Para Raquel Duarte, pneumologista e ex-secretária de Estado da Saúde, que liderou a equipa de peritos que aconselhou o Governo no processo de desconfinamento, é fundamental uma administração “célere” e “rápida” da dose de reforço da vacina e a manutenção das “medidas de proteção individuais que todos nós já conhecemos”:

  • utilização de máscara em ambientes fechados;
  • higienização das mãos; 
  • distanciamento físico;
  • não sair de casa ao mínimo sintoma suspeito.

A especialista defende ainda que a testagem é um dos pilares no controlo da doença, pelo que deve ser garantido o “acesso aos testes quer para diagnóstico, quer para rastreio”.

Já Bernardo Gomes, médico de saúde pública, considera que reforço da vacina para os mais idosos tem que “ser consolidado antes do Natal” e que “não devemos depositar todo o esforço de controlo” da pandemia nas vacinas. Uma vez que Covid é transmitida maioritariamente por aerossóis, os cidadãos devem “planear atividades ao ar livre” e, quando não for possível, “ventilar bem os espaços”, garante o investigador do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto.

Novos confinamentos Natal
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António Costa quer "agir já" para permitir Natal "com menos receios"

António Costa mostra-se preocupado com a evolução de casos, mas diz que "não é previsível" a adoção de medidas tão restritivas como no passado. Ainda assim, oprimeiro-ministro considera que “não podemos ignorar os sinais”. “Temos de ouvir os peritos porque temos de nos basear em informação científica para avaliar as medidas adequadas”, afirmou o líder do Governo esta terça-feira, dia 16 de novembro de 2021.

O primeiro-ministro recusa antecipar medidas antes de ouvir os especialistas na próxima sexta-feira, dia 19 de novembro, na reunião do Infarmed, mas diz que quer "agir já" para permitir Natal "com menos receios". “Devemos procurar agir já para chegar à altura do Natal com menos receios do que se não atuarmos já. Quanto mais tarde atuarmos maiores serão os riscos. Mas também não podemos atuar precipitadamente mas em função da informação científica”, adianta. De acordo com o governante, o que vier a apresentar serão as “medidas adequadas e estritamente necessárias”.

O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, também recusa um regresso a medidas “radicais” e “drásticas” como novos confinamentos. “Estamos, do ponto de vista de saúde pública, numa situação bastante diferente daquela que tivemos no ano passado, na medida em que a elevadíssima taxa de vacinação que temos no nosso país protege a nossa população relativamente a maior incidência da doença grave e ao número de óbitos. Não me parece que estejamos em cenários radicais, que até alguns outros países europeus com mais baixa taxa de vacinação estão a encarar”, acrescenta o ministro.

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