
A Alemanha está a preparar o regresso maciço ao teletrabalho, segundo um projeto de lei do Governo para deter uma nova vaga da pandemia da Covid-19, numa altura em que se atingem novos picos de infeções na Europa. A reintrodução da norma do trabalho em casa surge na sequência do aumento "inquietante" dos números de novos casos diários e de mortes, desde meados de outubro, num país em que a taxa de vacinação atinge apenas 67%. A Áustria também já está a avançar com novas restrições, e em Portugal a ministra da Saúde, Marta Temido, não descarta um novo confinamento.
Com 289 casos por 100.000 pessoas, a taxa de contágios atingiu um novo recorde na Alemanha, segundo o Instituto de Saúde Robert Koch (RKI na sigla em alemão). "A vaga que aí vem vai eclipsar todas as vagas anteriores", declarou ao jornal alemão Bild o primeiro-ministro do Estado Federal da Saxónia, Michael Kretschmer, onde se concentram as taxas mais elevadas.
Segundo o projeto de lei consultado pela agência France-Presse, os empregadores alemães serão obrigados a oferecer a possibilidade de teletrabalho, exceto quando exista uma "razão imperiosa" de ir ao local de trabalho. Todas as pessoas que se desloquem aos locais de trabalho serão "convidadas a provar que estão vacinadas ou a apresentar um teste negativo ao vírus", indica o documento.
O Governo alemão também está a ponderar limitar o acesso a certos eventos apenas a pessoas vacinadas ou que recuperaram da doença. O projeto de lei deverá ser apresentado no Parlamento alemão para aprovação na quinta-feira, 18 de novembro de 2021.

Marta Temido não descarta novo confinamento em Portugal e Governo lança plano para "salvar o Natal"
Em Portugal, a ministra da Saúde, Marta Temido, não descarta um novo confinamento. A governante admitiu na passada sexta-feira, dia 12 de novembro, que "todos os cenários" estão em aberto em relação à quinta vaga da pandemia de Covid-19, apelando à toma da terceira dose da vacina para os maiores de 65 anos.
"Os cenários têm de estar todos em aberto. Não o desejamos. Desejamos que não tenhamos de ter essa conversa [novos confinamentos], desejamos que numa próxima reunião de peritos possamos ter informação que evidencie que estamos a conseguir controlar a situação", disse a responsável.
"Estamos a assistir à situação da Europa, onde países muito robustos estão debaixo de uma quinta vaga muito evidente. É o caso da Alemanha. Nós temos de fazer a nossa parte, estamos preparados para responder o melhor possível", respondeu quando questionada sobre se o país está preparado para responder à quinta vaga.
Ainda assim, e para já, segundo Marta Temido, "aquilo que está mesmo em cima da mesa é olhar para as medidas não farmacológicas, apelar ao seu cumprimento, apelar à vacinação da população elegível, o quanto antes, de forma a estarmos o mais protegidos possível".
Com o objetivo de “salvar” o Natal, o Governo socialista de António Costa decidiu que vai agendar uma reunião de peritos, políticos, parceiros sociais e conselheiros de Estado no Infarmed até dezembro. A informação foi avançada pela Presidência da República ao Observador.
O jornal explica que Belém está a seguir com atenção o aumento de casos de Covid-19 em Portugal e a ver com preocupação o fato de a dose adicional da vacina não estar a avançar ao ritmo desejável, o que pode obrigar a “uma campanha de sensibilização mais alargada”.

Áustria impõe confinamento nacional para não vacinados
O Governo austríaco também está a tomar medidas para enfrentar a nova vaga da doença na Europa. Instituiu um confinamento nacional para quem não está vacinado contra a Covid-19 com o objetivo de abrandar a propagação do novo coronavírus no país. Segundo agência de notícias AP, a medida proíbe os não vacinados maiores de 12 anos de saírem de casa, exceto para trabalhar, fazer compras, dar um passeio ou para serem vacinados.
Nas últimas semanas, a Áustria tem registado uma "tendência preocupante" de aumento de casos de infeção pelo novo coronavírus, tendo o número de casos positivos nas últimas 24 horas atingido os 11.552 novos casos.
"É nosso dever como Governo proteger o povo. Por isso, decidimos que a partir de segunda-feira [15 de novembro] haverá confinamento para os não vacinados", explicou o chanceler austríaco, em declarações aos jornalistas. "A situação é séria ... Não damos esse passo com o coração leve, mas infelizmente é necessário", disse Alexander Schallenberg.
A AP explica que as autoridades austríacas receiam que o pessoal hospitalar já não seja capaz de lidar com o aumento de doentes com Covid-19. O confinamento será controlado através de verificações aleatórias durante os próximos 10 dias, com o aumento das patrulhas policiais. Depois desse período, será revisto, de acordo com o governo.
Aqueles que infringirem as regras correm o risco de uma multa de 500 euros; aqueles que se recusarem a apresentar provas de que estão vacinados ou se recuperaram recentemente podem ser multados até ao triplo. Schallenberg apelou novamente àqueles que ainda não foram vacinados para o fazerem.
*Com Lusa
Para poder comentar deves entrar na tua conta