Taxas deverão aumentar depois de terminado o programa de compra de ativos. E poderão haver várias subidas dos juros.
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BCE vai subir juros
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A inflação na Zona Euro está em alta: as estatisticas rápidas do Eurostat apontam para 7,5% em abril. E, para tentar travar a subida generalizada dos preços, o Banco Central Europeu (BCE) planeia começar a aumentar as taxas de juro já a partir do mês de julho, referiu Christine Lagarde, a presidente do regulador europeu, esta quarta-feira, dia 11 de maio.

"Primeiro, vamos terminar as aquisições líquidas decorrentes do programa de compra de ativos. A julgar pelos dados recebidos, a minha expectativa é que o programa seja concluído no início do terceiro trimestre", ou seja, em julho, começou por explicar a presidente do BCE na nota publicada.

Posto isto, "o primeiro aumento da taxa, informado pelas orientações futuras do BCE sobre as taxas de juros, ocorrerá algum tempo depois do fim das compras líquidas de ativos", continua Lagarde, que admite ainda não terem definido "com precisão" o que significa algum tempo. "Mas deixei muito claro que isso pode significar um período de apenas algumas semanas", clarifica a presidente do BCE.

A instituição prevê realizar a próxima reunião de política monetária no próximo dia 9 de junho, em Amesterdão, e a seguinte em 21 de julho, em Frankfurt, antes das férias de verão. E "após a primeira subida de juros, o processo de normalização será gradual", disse ainda Lagarde, sugerindo que novos aumentos poderão ocorrer após o início do verão.

Subida de juros na europa
Foto de Frankfurt Photographer en Unsplash

O desafio de travar a inflação 

O mundo está a ser contagiado pela inflação. E os bancos centrais têm começado a subir as suas taxas de juro com o objetivo de conter a inflação, que aumentou ainda mais após o início da guerra na Ucrânia. Um dos que subiu a taxas de juros foi mesmo o Fed, nos EUA. Mas, até agora, o BCE tem resistido a esta tendência, embora esteja cada vez mais pressionado a começar a subir a sua taxa de juro diretora pela primeira vez desde 2011. 

Isto porque a inflação na Zona Euro atingiu um recorde anual de 7,5% em abril, segundo o Eurostat, bem acima do objetivo de médio prazo de 2% do BCE. "Como a inflação provavelmente vai estar alta durante algum tempo, as ações que demonstrem o nosso compromisso com a estabilidade de preços serão fundamentais para ancorar as expectativas da inflação e conter os efeitos de segunda ordem. Isso ajudará a garantir que a inflação volte aos 2% assim que os vários choques da oferta já tiverem passado", explicou ainda Christine Lagarde.

Lagarde tem vindo a insistir que a inflação na Zona Euro tem sido impulsionada essencialmente pela subida de preços da energia, em consequência da guerra na Ucrânia, pelo que uma subida imediata das taxas de juro de não iria baixar os preços.

*Com Lusa

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