Este país não é para velhos? O que esperar das pensões em Portugal

Esta é uma discussão antiga. Irá a Segurança Social (SS) falir? Terão os portugueses direito à sua mais que merecida reforma. Em tempos de crise, com a inflação a bater recordes, o tema volta a dar que falar. O primeiro-ministro António Costa já disse, de resto, que nunca aceitará colocar em causa a sustentabilidade do sistema de SS, salientando, no entanto, que era impossível suportar maiores aumentos das pensões. Uma coisa é certa: com o passar dos anos, seremos menos e mais velhos na Europa, sobretudo em Portugal. O que terá impacto, claro, nas reformas. 

Segundo o Expresso, que preparou um artigo com vários gráficos sobre o tema, a SS não vai falir, mas as suas contas vão derrapar durante vários anos, sendo necessário acionar outros mecanismos para pagar as pensões de uma população cada vez mais envelhecida.

O Governo, recorde-se, congelou as regras de atualização das pensões, dando aos reformados um “suplemento extraordinário” este ano, em outubro, e cerca de metade do aumento no próximo. 

Como é possível constatar na imagem, com o passar dos anos, a Europa está a encolher e a envelhecer, um fenómeno que ganha ainda maior expressão em Portugal. 

Nos próximos 50 anos, estima-se que a União Europeia (UE) perca 23 milhões de pessoas, passando dos atuais 447 milhões para 424 milhões. Um fenómeno que será mais acentuado em Portugal, com a população a encolher 17,7% entre 2019 e 2070. 

Significa isto, escreve a publicação, que a estrutura etária alterar-se-á significativamente, havendo muito mais pessoas com mais de 65 anos. Em 2070, 33,1% da população terá mais de 65 anos e 14,7% mais de 80. Ao todo, 47,8% estarão em idade avançada (o que se compara com os 28,5% atuais).

Os gráficos mostram ainda, por exemplo, que Portugal será em 2045 o país da UE com o maior rácio de dependência: as pessoas com mais de 65 anos representarão 66% da população em idade ativa.