Evolução dos preços da energia e dos alimentos não transformados terá desacelerado em novembro, estima o INE.
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Inflação em Portugal
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O custo de vida em Portugal está a encarecer desde o início do ano, sobretudo por via da subida dos preços da energia e dos alimentos. A inflação no nosso país subiu tanto que em outubro chegou mesmo aos 10,1%. Mas já há sinais de abrandamento. A estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE), esta quarta-feira divulgada, indica a inflação terá caído em novembro para 9,9%. Os dados definitos vão ser conhecidos no dia 14 de dezembro de 2022.

“Tendo por base a informação já apurada, a taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) terá diminuído para 9,9% em novembro, taxa inferior em 0,2 pontos percentuais (p.p.) à observada no mês anterior”, refere o INE no boletim publicado esta quarta-feira, dia 30 de novembro.

E porque é que a inflação abrandou em Portugal? Segundo aponta o gabinete de estatística português, a evolução dos preços da energia e dos alimentos não transformados terá também desacelerado:

  • Produtos energéticos: a taxa de variação homóloga deste índice terá diminuído para 24,8% (taxa 2,8 p.p. inferior ao mês anterior);
  • Produtos alimentares: o índice referente aos alimentos não transformados terá apresentado uma variação de 18,4% (18,9% em outubro). Já o índice dos produtos alimentares transformados acelerou para 16,8% em novembro (14,1% no mês precedente).

Ainda assim, excluindo os produtos alimentares não transformados e energéticos, a inflação subjacente terá registado uma variação de 7,2% (7,1% no mês precedente), a “taxa mais elevada desde dezembro de 1993”, aponta ainda o INE.

Face ao mês anterior, a variação da inflação em Portugal terá sido 0,3% (1,2% em outubro e 0,4% em novembro de 2021). E em relação à variação média nos últimos doze meses, a inflação foi de 7,3% em novembro (6,7% no mês anterior).

Como está a inflação na Zona Euro?

Para comparar a inflação dos vários países que pertencem à Zona Euro é utilizado o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC). E o IHPC português terá registado uma variação homóloga de 10,3% (10,6% no mês precedente). O valor da inflação em Portugal, de acordo com este índice, está acima da média estimada para a Zona Euro que em novembro terá registado uma inflação de 10,0%, segundo revelam os dados do Eurostat esta quarta-feira divulgados.

Esta é uma boa notícia para o espaço europeu já que reflete uma descida de 0,6 p.p face à inflação atingida em outubro, de 10,6%. Além da redução nos custos da energia, este valor espelha também o trabalho do Banco Central Europeu (BCE), que tem usado a sua principal arma contra a inflação nos últimos meses, subindo os juros diretores em 200 pontos base.

Os dados finais da inflação na Zona Euro apurada para o mês de novembro vão ditar a dimensão da nova subida de juros diretores pelo regulador europeu E a evolução do crescimento económico no espaço europeu também terá peso na decisão. Isto porque, na reunião agendada para 15 de dezembro, o BCE vai equacionar duas hipóteses:

  • Recessão “leve” na Zona Euro: “No caso de uma recessão leve, o conselho do BCE deverá prosseguir com a normalização e o aperto da política monetária”, referiu o regulador.
  • Recessão “profunda e prolongada”: o BCE “poderá querer fazer uma pausa se houver uma recessão prolongada e profunda, o que provavelmente reduzirá a inflação em maior medida”, referem ainda.
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