Estimativas de crescimento da economia portuguesa foram confirmadas pelo INE, com o PIB a aumentar em tempos de inflação alta.
Comentários: 0
PIB de Portugal cresce em cadeia e em termos homólogos
INE

O Produto Interno Bruto (PIB) português aumentou 4,9% no terceiro trimestre face ao mesmo período de 2021 e cresceu 0,4% relativamente ao segundo trimestre, confirmou esta quarta-feira (30 de novembro de 2022) o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Estes números corroboram a estimativa rápida divulgada a 31 de outubro pelo INE, que apontava para uma desaceleração do crescimento do PIB para 4,9% entre julho e setembro em termos homólogos (7,4% no trimestre anterior e 5,0% no terceiro trimestre de 2021) e para um aumento de 0,4% em cadeia, mais 0,3 pontos percentuais (p.p.) que o registado no trimestre precedente.

De acordo com as estimativas preliminares das ‘Contas Nacionais Trimestrais’, “o contributo da procura interna para a variação homóloga do PIB diminuiu no terceiro trimestre, passando de 4,0 p.p. no segundo trimestre para 2,9 p.p., verificando-se um crescimento ligeiramente menos acentuado do consumo privado e uma diminuição do investimento, determinada pelo comportamento da variação de existências”.

Já o contributo positivo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB “também diminuiu, para 2,0 p.p. (3,3 p.p. no trimestre anterior), traduzindo a desaceleração das exportações de bens e serviços, em volume, mais intensa que a das importações de bens e serviços”.

“Em resultado do crescimento pronunciado do deflator das importações, superior ao observado nas exportações, verificou-se, pelo sexto trimestre consecutivo, uma perda significativa (4,1%) dos termos de troca, embora menos intensa que no trimestre anterior”, nota o INE.

Comparando com o segundo trimestre de 2022, o PIB aumentou 0,4% em volume, mais 0,3 p.p. que o registado no trimestre precedente, com o contributo da procura interna para a variação em cadeia do PIB a passar a positivo (0,4 p.p., face a -0,5 p.p. no segundo trimestre), enquanto o contributo da procura externa líquida passou de positivo (0,6 p.p. no segundo trimestre) a nulo.

Em termos nominais, o PIB registou um crescimento homólogo de 10,1% (11,8% no trimestre precedente e 6,7% no terceiro trimestre de 2021). O deflator implícito do PIB acelerou no terceiro trimestre, para uma taxa de variação homóloga de 5,0% (4,1% no trimestre anterior).

Por componentes da procura interna, em termos reais, de julho a setembro verificou-se uma “ligeira desaceleração” do consumo privado (inclui as Instituições Sem Fim Lucrativo ao Serviço das Famílias), com uma variação homóloga de 4,4% no terceiro trimestre (4,6% no trimestre anterior).

Inflação e preços dos produtos em Portugal
Foto de freestocks.org on Pexels

Consumo público a aumentar em termos homólogos

Já o consumo público aumentou 0,5% em termos homólogos, menos 1,2 p.p. que no trimestre anterior, e o investimento diminuiu, passando de um crescimento de 3,5% no segundo trimestre para uma redução de 0,4%.

As exportações de bens e serviços, em volume, “desaceleraram significativamente no terceiro trimestre, registando uma variação homóloga de 16,8% (25,3% no trimestre anterior)”, enquanto as importações aumentaram 11,3%, após uma taxa de 15,2% no trimestre anterior.

“As exportações de bens cresceram 11,3% (13,6% no trimestre anterior), enquanto as exportações de serviços, apesar da desaceleração significativa, continuaram a aumentar de forma considerável, (60,0% no segundo trimestre e 30,1% no terceiro trimestre) refletindo, em grande parte, a dinâmica da componente do turismo”, detalha o INE.

Quanto às importações, registaram “crescimentos menos intensos das duas componentes, tendo as importações de bens registado uma variação de 11,2% (13,0% no segundo trimestre) e as importações de serviços de 12,0% (27,9% no trimestre anterior)”.

Comparativamente com o trimestre anterior, as exportações totais aumentaram 1,2% em termos reais (variação em cadeia de 2,9% no trimestre precedente), tendo a componente de bens registado uma variação de 0,4% e a de serviços 2,8% (taxas de 4,0% e 0,8% no segundo trimestre, respetivamente).

As importações totais também registaram uma variação em cadeia de 1,2% (1,5% no segundo trimestre), apresentando um aumento de 1,4% na componente de bens e de 0,5% na componente de serviços (taxas de 0,2% e 8,4% no segundo trimestre, respetivamente).

No terceiro trimestre, os preços implícitos nos fluxos de comércio internacional “continuaram a aumentar”, embora se tenha registado uma desaceleração nos deflatores das exportações e das importações, verificando-se uma perda dos termos de troca (4,1%) “ligeiramente menos intensa” que no trimestre anterior, refere o INE.

De acordo com o instituto, “o efeito negativo dos termos de troca contribuiu para a deterioração do saldo externo de bens e serviços em termos nominais, que se situou em -2,9% do PIB (-2,5% do PIB no segundo trimestre de 2022 e -2,7% do PIB no terceiro trimestre de 2021)”.

No terceiro trimestre, o investimento em volume registou uma redução homóloga de 0,4%, após um crescimento de 3,5% no trimestre anterior (taxa de 10,1% no terceiro trimestre de 2021).

*Com Lusa

Ver comentários (0) / Comentar

Para poder comentar deves entrar na tua conta