
A procura pelo metal precioso superou as previsões, de acordo com o Conselho Mundial do Ouro (World Gold Council/WGC, em inglês), e estão a ocorrer as maiores aquisições desde 1967. Segundo analistas, China e Rússia são os principais compradores de ouro, dispostos a diversificar as suas reservas além do dólar norte-americano. As estimativas são superiores aos números oficiais dos bancos centrais, adiantam os mesmos analistas.
“A ‘fuga’ dos bancos centrais para o ouro sugere que o contexto geopolítico é de desconfiança, dúvida e incerteza, especialmente depois de os EUA e seus aliados congelaram as reservas em dólares da Rússia”, disse Adrian Ash, chefe de investigação da BullionVault, um dos mercados de ouro.
No terceiro trimestre de 2022, os bancos centrais compraram quase 400 toneladas, o maior valor trimestral desde que há registos, em 2000, sendo esta uma tendência que se tem vindo a acentuar: só no mês de novembro, o WCG estima que as instituições financeiras oficiais mundiais tenham comprado 673 toneladas de ouro.
Dados oficiais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e estimativas do WGC indicam que a Turquia (31 toneladas) e o Uzbequistão (26 toneladas) lideraram as compras entre julho e setembro, mas a Rússia e a China, entre outros, não declaram todas as compras deste metal precioso como reservas.
O Banco Popular da China informou no início de dezembro que em novembro aumentou as participações em ouro em relação a 2019, com um aumento de 32 toneladas no valor de cerca de 1.800 milhões de dólares. A indústria de ouro afirma que as compras chinesas são mais elevadas, podendo chegar às 200 toneladas, segundo várias fontes.
Para a Rússia, as sanções criaram problemas significativos para a sua indústria de mineração de ouro, a maior do mundo depois da China, sobretudo para vender no exterior. Produz cerca de 300 toneladas por ano, mas tem um mercado interno de apenas 50 toneladas, segundo a MKS PAMP, empresa que trabalha com metais preciosos.
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