Agregados unipessoais em Portugal subiram 19% em 10 anos, diz INE. Maioria dos núcleos familiares têm filhos em Portugal.
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Viver sozinho em Portugal
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Como são constituídas as famílias portuguesas? Que idade têm? E qual é o seu grau de escolaridade ou condição perante o trabalho? Estas são algumas questões que os Census 2021 vieram responder sobre a sociedade portuguesa e que são fundamentais para dar informação ao setor imobiliário. E os dados esta terça-feira divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que em 2021 há mais 19% de famílias formadas por uma só pessoa do que em 2011. Estas famílias unipessoais representam quase 25% do total de agregados domésticos privados. Isto quer dizer que uma em cada quatro famílias em Portugal é constituída por uma só pessoa.

Em Portugal existem 4.149.096 agregados domésticos privados, um valor que representa um aumento de 2,6% relativamente ao número de agregados domésticos privados contabilizados nos Censos 2011, começa por explicar a publicação do INE “O que nos dizem os Censos sobre as estruturas familiares”, que apresenta uma análise descritiva dos dados dos Censos 2021 sobre agregados domésticos privados e núcleos familiares.

E qual é a dimensão dos agregados familiares em Portugal? Segundo as contas do INE, “a dimensão média dos agregados domésticos privados é de 2,5 pessoas”. E dá conta ainda que as famílias unipessoais aumentaram de peso sobre o total em dez anos: em 2021 representaram 24,8% do total dos agregados domésticos privados, enquanto em 2011 só pesavam 21,4% do total (+3,4 pontos percentuais).

Em concreto, em 2021 contabilizaram-se mais de 1 milhão de agregados constituídos por uma só pessoa em Portugal. Este valor é 19% superior ao registado dez anos antes (2011), quando foram contabilizadas 866 mil famílias unipessoais, revelam os mesmos dados. Esta subida de agregados unipessoais foi registada em todas as regiões do nosso país.

Foi na região Norte (+27%) e nas regiões autónomas dos Açores (+24%) e da Madeira (+23%), onde o número de pessoas que vivem sozinhas mais aumentou no país entre estes dois momentos. Já no Alentejo (+11%) e na Área Metropolitana de Lisboa (+15%) foi onde menos subiu.

O que os dados também mostram é que os agregados domésticos privados unipessoais de pessoas com 65 ou mais anos representam 12,5% do total dos agregados domésticos (10,1% em 2011). Ou seja, em 2011 havia cerca de 406 mil famílias em idade da reforma a viverem sozinhas e em 2021 foram registados 517 mil agregados com 65 anos ou mais nesta situação.

Em 2021, “a generalidade dos agregados domésticos privados unipessoais são constituídos por mulheres (61,4%), com 65 ou mais anos (60,1%), não ativas (67,3%), principalmente reformadas (57,3%), com escolaridade até ao ensino básico (64,9%)”, conclui ainda o gabinete de estatística português.

Maioria dos núcleos familiares em Portugal têm filhos

Em Portugal, a maioria dos núcleos familiares corresponde a núcleos com filhos (cerca de 64,8%) e 36,2% a casais sem filhos. Dos núcleos familiares com filhos, os dados mostram que:

  • 45,3% são núcleos de casais com filhos;
  • 18,5% núcleos monoparentais.

O INE diz ainda que a maioria dos casais com filhos são casais de direito (têm uma relação de cônjuges), sendo este tipo de união mais comum na região Norte do país e na Região Autónoma da Madeira.

Por outro lado, o número médio de filhos por núcleo familiar de casais com filhos baixou em quase todas as regiões do país, com exceção na Área Metropolitana de Lisboa, Alentejo e Algarve. De qualquer forma, o instituto diz que o número médio de filhos por núcleo familiar é superior entre os casais de direito na maioria das regiões. A única exceção é o Alentejo, onde o número médio de filhos por núcleo familiar é superior entre os casais de facto.

O gabinete conclui ainda que “o número médio de filhos por núcleo familiar é superior quando ambos os cônjuges estão empregados ou têm nível de escolaridade superior”.

No que diz respeito às famílias monoparentais, a proporção de núcleos de mãe com filhos (85,6%) é superior à de pai com filhos (14,4%).

Famílias com filhos em Portugal
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