
É oficial: a inflação em Portugal desceu mesmo para 5,7% em abril, o valor mais baixo desde março de 2022, confirmou o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quinta-feira. Ajustamento dos preços da luz, gás e alimentos ajuda a explica esta desaceleração nos preços.
“A variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) diminuiu para 5,7% em abril de 2023, taxa inferior em 1,7 pontos percentuais (p.p.) à observada no mês anterior”, aponta o INE no boletim publicado esta quinta-feira, dia 11 de maio, indicando ainda que, com arredondamento a uma casa decimal, esta taxa coincide com o valor da estimativa rápida divulgada a 28 de abril.
Com a sexta desaceleração mensal consecutiva, a taxa inflação em Portugal registada em abril tornou-se na mais baixa desde março de 2022, mês em que se situou em 5,3%.
Por detrás desta descida da inflação em Portugal, está a variação dos preços da energia e dos alimentos:
- preço dos produtos energéticos diminuiu para -12,7% (-4,4% no mês precedente);
- preço dos produtos alimentares não transformados desacelerou para 14,1% (variação de 19,3% em março).
“Esta desaceleração [da inflação] é em parte explicada pelo efeito de base resultante do aumento de preços da eletricidade, do gás e dos produtos alimentares verificado em abril de 2022”, explica ainda o gabinete de estatística português. Importa não esquecer também que o Banco Central Europeu tem subido as taxas de juro diretoras precisamente para aliviar as pressões inflacionistas nos países europeus através da contenção da procura.
Sobre este ponto, o INE ressalva que “a grande maioria dos preços considerados no apuramento do IPC de abril foram recolhidos antes da entrada em vigor da isenção de IVA num conjunto de bens alimentares essenciais, pelo que os eventuais efeitos desta medida só terão efetivamente impacto no IPC em maio”.
Olhando para as classes de despesa, destaca-se a diminuição das taxas de variação homólogas da habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis (0,0% face a 6,7% no mês anterior) e dos bens alimentares e bebidas não alcoólicas (15,4% face a 19,6% em março). Em sentido oposto, as variações dos preços das bebidas alcoólicas e tabaco e dos preços do lazer, recreação e cultura aumentaram para 6,5% e 4,6%, respetivamente (4,1% e 4,2% no mês anterior).
Inflação subjacente desce para 6,6% em abril
Já a inflação subjacente – que exclui produtos alimentares não transformados e energéticos - abrandou 0,4 pontos percentuais em cadeia, para 6,6% (em março foi de 7,0%).
Em abril, a variação mensal da inflação em Portugal foi de 0,6% (1,7% no mês anterior e 2,2% em abril de 2022), sendo que, excluindo os produtos alimentares não transformados e energéticos, a variação deste indicador foi 1,0% (2,0% no mês anterior e 1,5% em abril de 2022). A variação média dos últimos 12 meses do IPC foi de 8,6%, menos 0,1 pontos percentuais do que em março.
Quanto ao Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) – utilizado para comparar a inflação nos diferentes países da Zona Euro - apresentou uma variação homóloga em Portugal de 6,9% em abril, valor inferior em 1,1 pontos percentuais ao do mês anterior. Face ao valor estimado pelo Eurostat para a inflação na área do euro, o IHPC português foi apenas inferior em 0,1 p.p.(em março, a taxa em Portugal tinha sido superior em 1,1 pontos percentuais à da área do Euro).
Excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos, o IHPC em Portugal atingiu uma variação homóloga de 8,2% em abril (8,1% em março), superior à taxa correspondente para a área do euro (estimada em 7,3%).
Em abril, o IHPC registou uma variação mensal de 1,3% (2,0% no mês anterior e 2,4% em abril de 2022) e uma variação média dos últimos 12 meses de 9,0% (9,1% no mês precedente).
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