
Os depósitos das famílias têm vindo a cair em 2023, sobretudo, devido às baixas remunerações dadas pelos bancos. A este fator soma-se ainda a necessidade de ter poupanças disponíveis para fazer face ao alto custo de vida impulsionado pela inflação e pela subida de juros nos créditos habitação. Mas em junho verificou-se uma inversão desta tendência, de acordo com os dados do Banco de Portugal (BdP) esta quarta-feira divulgados: o stock de depósitos das famílias subiu em junho face ao mês anterior para 174,9 mil milhões de euros. Este é mesmo o primeiro aumento mensal registado em 2023.
Em 2023, os depósitos dos particulares têm vindo a descer, motivados pelas remunerações modestas da banca e amortizações crescentes dos créditos habitação. Também foram muitas as poupanças das famílias que têm migrado para outras soluções mais rentáveis, como os certificados de aforro. Mas as regras alertaram-se no início de junho, com o Governo a baixar a remuneração dos certificados de aforro.
Agora, verifica-se que há uma inversão desta tendência. “No final de junho de 2023, o stock de depósitos de particulares nos bancos residentes totalizava 174,9 mil milhões de euros, mais 1,2 mil milhões de euros do que em maio. Este foi o primeiro aumento mensal em 2023”, aponta o BdP na nota publicada esta quarta-feira, dia 26 de julho.
Ainda assim, note-se que este aumento dos depósitos das famílias não foi suficiente para colmatar as descidas dos últimos meses. Afinal, “os depósitos de particulares nos bancos residentes decresceram 3,0% em relação a junho de 2022”, indica o regulador liderado por Mário Centeno.
Por outro lado, o BdP dá conta que os depósitos à ordem e os depósitos com prazo acordado dos particulares apresentaram evoluções diferentes:
- os depósitos à ordem diminuíram em todos os meses de 2023, com exceção de junho, quando aumentaram 0,1 mil milhões de euros;
- os depósitos com prazo acordado estão a crescer desde abril, apresentando, em junho, um crescimento de 1,1 mil milhões de euros, a maior variação mensal desde fevereiro de 2012. Este pode ser o reflexo da subida - ainda que ligeira - dos juros nos depósitos a prazo.
Já o stock de depósitos das empresas nos bancos residentes totalizava, no final de junho, 64,1 mil milhões de euros, menos 0,2 mil milhões de euros do que em maio. Em relação a junho de 2022, estes depósitos cresceram 0,8% (1,5% em maio).
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