
O Conselho do BCE está firme na sua luta contra a inflação na área do euro, tendo voltado a subir as taxas de juro diretoras em 25 pontos base esta quinta-feira. E avança que os anteriores aumentos das taxas de juro estão a ser transmitidos de “forma vigorosa” à economia, reduzindo a procura de financiamento. Mas a presidente do BCE, Christine Lagarde, reforçou que o regulador europeu não pode fazer o trabalho sozinho, insistindo que “os governos devem retirar apoios à economia”. E deixou a porta aberta para uma pausa na subida dos juros, embora acredite que "é demasiado cedo para dizer que as taxas de juro do BCE atingiram o seu pico"
“Os anteriores aumentos das taxas de juro decididos pelo Conselho do BCE estão a ser transmitidos de forma vigorosa. As condições de financiamento tornaram-se mais restritivas e estão a refrear cada vez mais a procura, o que constitui um importante fator para fazer a inflação regressar ao objetivo [de 2%]”, explicam em comunicado publicado esta quinta-feira, dia 14 de setembro.
"É demasiado cedo para dizer se as taxas de juro do BCE atingiram o seu pico”, diz Christine Lagarde
Mas o BCE não pode ficar sozinho na sua luta contra a inflação. Christine Lagarde voltou a frisar, na conferência de imprensa, que “os governos devem continuar a retirar medidas de apoio à economia”, assim que a crise energética for dando tréguas. “Isto é essencial para evitar o aumento das pressões inflacionistas a médio prazo, que, de outro modo, exigiriam uma reação ainda mais forte da política monetária”, alertou a presidente do BCE, que abriu a porta para o fim do ciclo de subidas das taxas de juro diretoras, cita o ECO.
Embora tenha admitido que possa pausar a subida dos juros na próxima reunião, a presidente da instituição diz que "é demasiado cedo para dizer se as taxas de juro do BCE atingiram o seu pico”. Segundo Christine Lagarde, a próxima decisão do BCE irá depender “dos dados económicos”, sobretudo da avaliação das perspetivas de inflação, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária.
Juros diretores atingiram nível “restritivo” para baixar a inflação
Para já, “o Conselho do BCE considera que as taxas de juro diretoras atingiram os níveis que – se forem mantidos durante um período suficientemente longo – darão um contributo substancial para o retorno atempado da inflação ao objetivo", refere a publicação.
Embora a porta à pausa da subida de juros esteja aberta, as futuras decisões do Conselho do BCE vão assegurar que “as taxas de juro diretoras sejam fixadas em níveis suficientemente restritivos, durante o tempo que for necessário”, continuando a seguir uma abordagem dependente dos dados macroeconómicos.
Para a decisão tomada esta quinta-feira, o BCE contou com reviu em alta a taxa de inflação na Zona Euro para 5,6% este ano e 3,2% em 2024. E cortou as perspetivas de crescimento económico para 0,7% este ano e 1% em 2024. Por outro lado, as pressões subjacentes sobre os preços permanecem altas, embora a maioria dos indicadores tenha começado a abrandar, pelo que os especialistas do BCE reviram ligeiramente em baixa a projetada trajetória da inflação subjacente - que exclui preços dos produtos energéticos e dos produtos alimentares - para uma média de 5,1% em 2023, 2,9% em 2024 e 2,2% em 2025.
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