Taxa de inflação na zona euro voltou a abrandar para 2,4% em março, apoiando corte dos juros do BCE para junho.
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Juros do BCE a descer
Eurostat

As economias europeias acordaram com boas notícias: a inflação na zona euro voltou a abrandar em março para 2,4%, segundo revela a estimativa rápida do Eurostat. Isto quer dizer que a inflação no conjunto de países da moeda única está cada vez mais perto do objetivo de 2% estabelecido pelo Banco Central Europeu (BCE) para garantir estabilidade de preços. E dá boas perspetivas para que o regulador liderado por Christine Lagarde avance com os primeiros cortes dos juros diretores em junho.

“A taxa de inflação homóloga deverá ser de 2,4% em março de 2024, um menor valor face aos 2,6% de fevereiro”, revela a estimativa rápida divulgada pelo Eurostat esta quarta-feira, dia 3 de abril. De recordar que há um ano a taxa de inflação na zona euro fixou-se nos 6,9%.

As boas notícias não ficam por aqui: também a taxa de inflação subjacente (que exclui componentes mais voláteis como a energia e alimentos) recuou de 3,1% em fevereiro para 2,9% em março.

Olhando para as diferentes componentes da inflação na zona euro, o Eurostat espera que:

  • os serviços apresentem a maior taxa de inflação anual (4,0%, estável face a fevereiro);
  • alimentação, álcool e tabaco: segmento deverá ter uma subida de preços de 2,7%, que se compara com 3,9% de fevereiro;
  • bens industriais não energéticos (taxa de 1,1% em março face aos 1,6% de fevereiro)
  • energia deverá ter uma redução de preços de 1,8% em março, contra os -3,7% de fevereiro.

Inflação na Alemanha abranda para 2,3% dando bons motivos para o corte de juros do BCE

Olhando para os 20 países que têm como moeda o euro, o Eurostat revela que as menores taxas de inflação – medidas pelo Índice Harmonizado dos Preços no Consumidor (IHPC) - são estimadas na Lituânia (0,3%), Finlândia (0,7%) e Letónia (1,0%).

Já as taxas de inflação mais elevadas foram registadas na Croácia (4,9%), a Áustria (4,2%) e a Estónia (4,1%). Em Portugal, a inflação anual medida pelo IHPC foi de 2,6% em março, acima dos 2,3% registados do mês anterior e menor que a de 3,2% homóloga.

O que também salta à vista é que as taxas de inflação nas maiores economias da moeda única estão a abrandar, o que dá novos argumentos para que o BCE inicie o ciclo de descida das suas taxas de juro. A Alemanha deverá ver a taxa de inflação recuar para 2,3% em março (2,7% em fevereiro), registando assim a subida de preços mais lenta em quase três anos. Também em França a inflação desacelerou para 2,4% em março (de 3,2% em fevereiro). E em Itália a inflação apresentou uma aceleração mais lenta do que o previsto (de 0,8% em fevereiro para 1,3% em março).

Apesar de a inflação na zona euro e nas suas grandes economias trazer boas notícias em março, David Brito, diretor-geral da Ebury Portugal, não acredita que estes dados “sejam suficientes para que o BCE decida reduzir as taxas nesta sua próxima reunião agendada para dia 11 de abril”, sendo “pouco provável que as expectativas do mercado sobre a política monetária futura se alterem significativamente”.

Isto quer dizer que, mesmo com a inflação a abrandar, tudo indica que o BCE só vai começar a descer as taxas de juro diretoras no verão. Neste momento, “os mercados já estão a assumir quase por completo um primeiro corte nas taxas de juro em junho e preveem um total de 3 a 4 descidas de 25 pontos base este ano, o que deixaria o preço do dinheiro em 3,75% - 3,5% no final de 2024”, esclarece David Brito, em declarações ao idealista/news.

Assim, os titulares de crédito habitação a taxa variável (e mista em período variável) terão de esperar até junho para que a Euribor comece a descer de forma mais expressiva, já que é nessa altura em que se espera que o BCE inicie o tão aguardado ciclo de flexibilização monetária.

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